Neste dia 7 de abril, em 1994, teve início o massacre comandado pelo imperialismo em Ruanda na África. O massacre é apresentado pela imprensa internacional e pelos meios de comunicação como consequência de uma “guerra tribal” entre duas etnias de Ruanda, os tutsi e os hutus. O que não é explicado, no entanto, é que este conflito foi impulsionado pelos países imperialistas. Os tutsi, a sua direção política, possuíam forte ligações com os belgas. Já os hutus, que formavam a maioria do povo, ficaram excluídos socialmente, submetidos ao poder colonial.
Ruanda foi uma colônia belga até meados do século XX, em 1959, os hutus conseguem ganhar maioria no governo, porém o país segue sobre o controle dos países imperialista, em especial sob o controle da França.
Ao longo dos anos, os conflitos entre as duas etnias foram frequentes, tendo por trás a atuação dos países imperialistas, em especial a França, os EUA e a Inglaterra. Em 1994, o avião que transportava o presidente Juvénal Habyarimana, que era ligado aos hutus, foi derrubado após um atentado organizado com a participação dos franceses.
Em uma matéria publicada no portal Sputnik em 2017, um pesquisador francês que atua em Ruanda apontou que foram os militares franceses que forneceram os armamentos e o treinamento de artilharia para que o exército de Ruanda conseguisse derrubar o avião. O Exército de Ruanda era controlado pelos franceses.
Outro relatório, este publicado pelo próprio governo de Ruanda em 2008, acusa a participação direta do governo francês na organização do massacre. O texto aponta, inclusive, a participação do ex-presidente francês, Francois Miterrand, na preparação do genocídio.
Outros documentos secretos do governo francês divulgados em 2007 apontavam também a orientação política favorável ao extermínio, uma vez que o governo da França via como uma ameaça ao seu domínio na região o fortalecimento da Frente Patriótica Ruandesa, formada pelos tutsi.
Em cem meses de massacre foram mortos mais de 800 mil pessoas em Ruanda. O massacre foi organizado de maneira meticulosa. As milícias hutus detinham listas com os nomes e endereços de todas as pessoas que deveriam ser mortas, outro fator que demonstra que o genocídio em Ruanda não foi obra do acaso, nem de um grupo de pessoas bárbaras ou alucinadas, mas sim algo planejado de antemão para favorecer interesses políticos e econômicos determinados.
O massacre em Ruanda é um exemplo claro do verdadeiro caráter fascista do imperialismo mundial. O qual procura se travestir de “democrata” para tentar ocultar a verdadeira política genocida que impõe nos países atrasados.