Há 49 anos morria o líder da Revolta da Chibata, um dos maiores heróis do povo negro, o marinheiro João Cândido Felisberto, filho de ex-escravos e que foi acompanhado da pobreza até o final de sua vida, especialmente depois da revolta que colocou a República Velha de joelhos.
A Revolta da Chibata, como é conhecida a revolta dos marinheiros em 1910, tinha como objetivo o fim dos castigos corporais contra os marinheiros, castigos estes promovidos pelos oficiais e se consistiam em chibatadas. Os setores mais afetados por tais práticas no interior da marinha eram os negros.
A organização e clareza política do Almirante Negro, como ficou conhecido João Cândido, tornou possível, por exemplo, que a esquadra rebelde, colocasse a sede do Governo no Rio de Janeiro sob a mira dos canhões dos navios, o que forçou a burguesia nacional a atender todas as reivindicações.
João Cândido entra para a história por sua capacidade de liderança e direção política que o colocam dentre os principais nomes na luta em defesa do povo negro e da população pobre e trabalhadora de um modo geral.
Apesar de ter morrido completamente na pobreza, com 89 anos, e ter sido expulso e perseguido pela Marinha, ainda em 1910, e os governos por anos a fio sequer reconhecerem a existência do marinheiro, é preciso tomar os ensinamentos da Revolta, como o fato de não esperar nada das instituições a não ser pela força.