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50 anos: contra Bolsonaro, Teatro oficina recria peça de Chico Buarque reprimida pela ditadura

Chico Buarque escreveu a peça de teatro Roda viva em 1967, portanto em pleno regime militar, num momento de maior fechamento. Ela foi estreada no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob direção de José Celso Martinez Corrêa (Zé Celso).

A peça conta a história de um ídolo da canção que decidiu mudar de nome para agradar ao público[1], essa seria a representação de uma figura manipulada – pela indústria fonográfica e/ou imprensa, trazendo uma reflexão sobre a sociedade capitalista.

A peça é encenada em dois atos, contando a ascensão e queda de Benedito Silva, que passou a adotar o nome de Ben Silver. Mas o que marcou a peça foi a sua agressividade proposital com o intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época.

A primeira temporada da peça foi considerada um sucesso, com a participação de Marieta Severo, Heleno Prestes e Antônio Pedro nos papéis principais. No entanto, na segunda temporada, com Marília Pêra, André Valli e Rodrigo Santiago substituindo o elenco original, a obra tornou-se uma espécie de marco da resistência contra a ditadura militar.

Assim, quando encenada em São Paulo, no Teatro Ruth Escobar, um grupo de cerca de vinte pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC)[2], invadiu o local, espancou os artistas e vandalizou o cenário.

Depois disso, o espetáculo sofreu novo ataque do CCC, em Porto Alegre, motivo pelo qual deixou de ser encenada. Chico Buarque apenas autorizou novamente o uso da peça em 2017.

50 anos depois de sua estreia, o Teatro Oficina remonta a peça ‘Roda Viva’. Nesse momento em que o golpe avançou e recoloca em cena os militares, o paralelo entre os tempos atuais e a ditadura é importante para esclarecer como a direita age e o quão cruel pode ser.

A eleição fraudulenta de Bolsonaro e o regime que deve impor em seu governo não deixa dúvidas de que já vivemos algo semelhante ao do tempo dos militares. Todos os sinais estão dados, a composição do novo governo também não engana, será ao mesmo tempo continuidade do governo golpista de Temer, mas com maior disposição de suprimir direitos e de reprimir os adversários, com muita violência.

A peça estreia no dia 06 no Teatro do Sesc/Pompeia.

Entre os dias 23/12/2018 a 10/02/2019, no Teatro Oficina.


NOTAS:

[1] Lembrando que o contexto é o da afirmação da indústria cultural, em que a televisão desponta no Brasil dos anos 60.

[2] O Comando de Caça aos Comunistas (CCC) foi fundado pelo policial civil e estudante de Direito Raul Nogueira de Lima, que mais tarde se torna torturador no DOPS (com o apelido de “Raul Careca”). Mas o comando estava a cargo do advogado João Marcos Monteiro Flaquer, com treinamento do Exército Brasileiro. Segundo a imprensa, João Marcos Monteiro Flaquer participou pessoalmente do ataque ao teatro.

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