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5 motivos para não ir ao ato #elenão dia 29

No próximo dia 29, deverão ocorrer atos em todo o país contra o candidato do PSL Jair Bolsonaro. Embora Bolsonaro seja uma figura repugnante da política nacional e desempenha um papel importante para a organização da extrema-direita brasileira, os protestos não estão a serviço de um enfrentamento real com o fascismo.

O surgimento desses atos a uma semana antes das eleições presidenciais, sem ter sido convocado por uma entidade conhecida e sem corresponder a uma tendência de luta do movimento operário é, sem dúvidas, uma manobra eleitoral. O Partido da Causa Operária, reconhecido nacionalmente como o partido da luta contra o golpe, não irá participar dos atos antibolsonaristas do dia 29 e os denuncia como parte da fraude eleitoral.

Confira abaixo cinco motivos para não participar dos atos do dia 29:

1. O ato está sendo chamado pela direita

A ideia de convocar atos em todo o Brasil contra Bolsonaro não veio de uma assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, tampouco foi anunciada pela Central Única dos Trabalhadores ou proposta pela Frente Brasil Popular. A hashtag #EleNão, que ajudou a disseminar a campanha antibolsonarista, começou a aparecer nas redes sociais aos milhares, embora ninguém saiba de onde surgiu tal expressão. Várias páginas no Facebook foram criadas para dar vazão à campanha contra Bolsonaro, principalmente relacionadas às mulheres. Tais páginas atingiram centenas de curtidas rapidamente, mesmo sem ter nenhuma organização popular por trás.

Essas propagandas “misteriosas”, sem uma origem definida, que atingem um grande público de maneira veloz e que se dizem “apartidárias” são sempre atividades fabricadas pela direita. Afinal, apenas a direita detém um aparato gigantesco de imprensa e tem dinheiro suficiente para impulsionar um movimento artificial.

Além disso, várias figuras da direita nacional e internacional estão convocando o ato. A lista vai desde Geraldo Alckmin e a Rede Globo até Bill Clinton e a revista The Economist.

2. Querem juntar direita e esquerda e fingir que não houve um golpe no país

A imprensa burguesa já demonstrou, inúmeras vezes, sua aversão à polarização política. O deslocamento cada vez mais profundo das massas à esquerda, pressionadas pela política arrasadora do neoliberalismo, é inevitável e aterroriza a burguesia, que oscila entre combater a esquerda por meio das milícias fascistas e empreender manobras para evitar que a revolta contra o regime se generalize.

Embora a polarização seja provocada pela própria burguesia, a imprensa costuma esconder os aspectos econômicos que motivam tal fenômeno. Para os “intelectuais” da direita, a polarização seria consequência de um fanatismo abstrato, um mero problema de opiniões divergentes, e que o fim da polarização seria a condição necessária para o desenvolvimento do país.

A tentativa da burguesia de unificar a direita e a esquerda, “coxinhas e mortadelas”, de “pacificar o país” é um verdadeiro crime contra os trabalhadores. A unificação em questão é a subordinação completa dps trabalhadores à burguesia – é um pacto de colaboração para enfrentar o “inimigo comum” Bolsonaro.

Bolsonaro não deu o golpe de Estado sozinho, mas foi apenas uma pequena parte de todo o plano. Quem orquestrou o golpe de Estado e o colocou em prática foi o imperialismo e seus principais representantes – Alckmin, Rede Globo, FIESP etc. – estão apoiando o #EleNão. Ir para o ato é, portanto, fingir que não houve golpe e andar de mãos dadas com a Reforma Trabalhista, a PEC do Teto e tantos outros ataques.

3. Quem criou Bolsonaro é quem está chamando os atos

Bolsonaro é conhecido há décadas como uma máquina de produzir discursos bárbaros. Mulheres, negros e a periferia fluminense já receberam dezenas de ameaças do deputado fascistoide. No entanto, a direita nunca fez nenhuma campanha contra o deputado. Bolsonaro, que disse que só não estuprava uma mulher porque ela “não merecia”, foi propositalmente negligenciado pela imprensa burguesa, enquanto Lula, condenado sem provas, foi taxado de “comandante supremo” da corrupção.

A burguesia sempre foi conivente com as atrocidades de Bolsonaro porque ele é útil para o Regime Político. Afinal, toda vez que a burguesia estiver perto de perder o controle da situação e precisar conter a esquerda pela força, os “cachorros loucos” da extrema-direita terão plena liberdade para atacar todo mundo.

Bolsonaro não é inimigo da burguesia – e, portanto, jamais poderia ser um inimigo em comum. A investida contra o candidato fascistoide se trata apenas de uma maneira de a burguesia manter o controle sobre a extrema-direita.

4. Mobilização eleitoral do PSDB não derrota o fascismo

Os atos do dia 29 são apenas uma mobilização eleitoral, não uma mobilização revolucionária contra o fascismo. O movimento antibolsonarista conta apenas com notas de repúdio e uma propaganda difusa, sem nenhuma reivindicação específica.

A única forma de combater o fascismo é através da mobilização dos setores mais progressistas da sociedade, isto é, a classe operária. Apenas a luta contra o golpe, levada até as últimas consequências, fará com que a extrema-direita recue.

Enquanto os trabalhadores não são chamados a ir para as ruas enfrentar a direita, a farofada antibolsonarista não passará de uma mobilização direitista comandada pelo PSDB.

5. Os atos só beneficiam a direita

O  interesse aparentemente repentino do imperialismo em desgastar Bolsonaro eleitoralmente não é, obviamente, à toa. A pouco mais de uma semana antes das eleições, a burguesia iniciou  uma necessária manobra para eleger seu candidato à presidência da República: Geraldo Alckmin.

Como o PSDB está muito associado ao governo golpista e Alckmin já teve a oportunidade de se mostrar mais de uma vez como um dos mais cruéis governadores de São Paulo, a direita tem usado Bolsonaro como uma espécie de “espantalho”. A tática, que não é nada original, é, na verdade, bastante simples: consiste em aterrorizar toda a população com a ideia de que o “monstro” Bolsonaro ganharia eleições para que todos sejam levados a votar no PSDB.

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