Começa hoje, dia 5 de janeiro, a primeira grande atividade política do ano de 2021: a 46ª edição da Universidade de Férias do Partido da Causa Operária! Promovido pela Fundação João Jorge Costa Pimenta (JJCP) e pela Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), o curso terá uma duração de 40 horas e será conduzido por ninguém menos que Rui Costa Pimenta, principal dirigente do PCO e o mais influente quadro marxista da luta contra o golpe de Estado.
Cada edição da Universidade de Férias traz um tema específico, diretamente relacionado com a luta de classes no Brasil e no mundo. Desta vez — a primeira inteiramente à distância, por casa da pandemia —, o curso terá como título “O que foi o stalinismo” e abrangerá os principais eventos do século XX.
Diferentemente de um curso acadêmico, que seja promovido pela burocracia universitária ou pelas instituições burguesas, o objetivo da Universidade de Férias não é o de reforçar a dominação dos capitalistas sobre a população. Muito pelo contrário: a Universidade de Férias tem como missão combater toda a ideologia reacionária e conservadora da classe dominante para guiar os trabalhadores a uma ação prática: a derrubada do ordem vigente.
Estudar o que foi o stalinismo, neste sentido, tem um propósito muito bem definido para o nosso Partido: varrer das fileiras da esquerda e do movimento operário de conjunto toda sorte de tendência revisionista, reacionária e nociva à luta pelo socialismo. Não se trata de uma discussão abstrata ou mesmo passional do stalinismo, mas sim a discussão sobre os caminhos que os militantes socialistas devem seguir para transformar a realidade.
Mais de mil pessoas deverão assistir, ao vivo, ao curso. Essa já é, em si, uma grande vitória para o nosso Partido. Mas é, também, uma vitória do movimento operário internacional. Não há um único curso verdadeiramente marxista no planeta de tamanha envergadura. E o marxismo, aqui, aparece em sua forma mais polêmica e mais atual. Em meio a todo o centrismo da esquerda pequeno-burguesa, que abaixa as suas bandeiras quando sente alguma pressão da direita, o PCO grita em alto e bom som: somos a defesa viva do marxismo em toda a sua profundidade teórica, da revolução russa de 1917 e da luta internacional contra a traição da burocracia soviética em todo o planeta.
Não somos “marxianos”. Não seguimos a doutrina marxista e “discordamos” disso ou daquilo outro. Marx não precisa ser adaptado, nem está obsoleto. Defendemos a guerra revolucionária do Exército Vermelho comandado por Leon Trótski contra os reacionários do Exército Branco. E defendemos, ainda, uma política independente para a classe operária, mesmo quando colocada diante da questão do imperialismo ou do fascismo.
É por causa desse tipo de política, inclusive, que somos acusados do crime de “falar de futebol”. Sim, falamos de futebol, de cultura, de economia e de tudo aquilo que diz respeito à classe operária. Por isso que nos interessa, igualmente, discutir o que foi o stalinismo. Sem um balanço histórico científico sobre a mais importante experiência que a classe operária fez na sua história, não é possível seguir em frente. Ignorar, portanto, que uma burocracia tenha sido responsável por afundar tantas e tantas revoluções pelo mundo é um grave erro.
Até porque a burguesia, no último período, decidiu levantar o malcheiroso cadáver do stalinismo, sobretudo no Brasil. E por quê? Porque seria esse um método pseudo-radical para levar adiante a política de colaboração de classes. Política essa que se torna cada vez mais complexa na medida em que a polarização política vai aumentando.
No Brasil, assim como em todo o mundo, a polarização política vem aumentando rapidamente. E se, de um lado, a direita vai se tornando cada vez mais reacionária, transformando o regime em uma verdadeira ditadura, de outro, a esquerda vai desenvolvendo cada vez mais seu potencial revolucionário. Por esquerda, obviamente, não me refiro à esquerda pequeno-burguesa, fadada aos mesmos erros do stalinismo. Mas sim ao movimento de luta contra o golpe, que tem no PCO a sua expressão mais consciente, e, no ex-presidente Lula, sua liderança mais forte.
É por isso que aqueles que hoje ressurgem como simpatizantes do stalinismo são inimigos políticos do PCO e da ala lulista do PT. Jones Manoel e Breno Altman, por exemplo, são notórios defensores da burocracia soviética e estão a serviço da frente ampla: fizeram campanha em favor de Guilherme Boulos contra Lula e são contra a mobilização pelo Fora Bolsonaro.
E é por isso, por fim, que o curso que se inicia hoje tem tanta importância. Enquanto a esquerda nacional iniciará apoiando Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados, o PCO reunirá mil pessoas para denunciar e desmistificar o stalinismo.