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Em 2020 não existiu educação

4 milhões de estudantes abandonaram os estudos durante a pandemia

Uma pesquisa do Datafolha mostra que mais estudantes do que a população do Uruguai abandonaram o ensino em 2020, uma consequência direta da política neoliberal de terra arrasada.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que mais de 4 milhões de estudantes abandoram as escolas e universidades em 2020, o que representa 8,4% de todos os estudantes com idade entre 6 e 34 anos matriculados antes da pandemia. Essa gigantesca evasão – maior que a população do Uruguai – não foi obra da pandemia. Trata-se de uma consequência direta da política neoliberal impulsionada sob o pretexto do vírus.

Já é de conhecimento público, como constatou o Conselho Nacional de Educação, que não existiu ensino em 2020. A farsa do ensino à distância é tão grotesca, que até os organismos da burguesia, como o CNE, admitiram tamanho fracasso. Outro dado que comprova a situação, segundo a pesquisa Pnad Covid-19 do IBGE, divulgada em dezembro, é que mais de 6 milhões de estudantes de 6 a 29 anos não haviam tido acesso a atividades escolares durante outubro, o que representa 13,2% dos estudantes dessa faixa etária. Na realidade, o objetivo do EAD nunca foi desenvolver uma “educação em período emergencial”, e sim, impulsionar a privatização da educação pública.

São os bancos e as empresas, os quais dominam as startups do ramo, que se beneficiam com o sucateamento do ensino. Sem contar que a grande maioria dos estudantes não consegue ter acesso ou disponibilidade para acessar as aulas online. Por isso, na educação básica, o principal motivo da evasão, pelo que comprova a pesquisa, é justamente a falta de condições para acessar as aulas e a dificuldade das escolas de manterem alguma plataforma em funcionamento. Praticamente, como não conseguiram acessar ou sequer a aula ocorria, os estudantes foram expulsos da escola. Como ressaltado pela pesquisa, ter ficado sem aulas surge como explicação do abandono para quase um terço dos estudantes matriculados no ensino fundamental.

Essa situação também se fortalece pela enorme pressão ocasionada pela crise financeira na juventude. Entre os desempregados, os jovens são a maioria, e muitos precisam abandonar os estudos para sobreviver. Isso se reflete ainda mais no ensino superior, que possui o pior índice de abandono registrado, com taxa de 16,3%, em comparação com 10,8% dos estudantes do ensino médio, e 4,6% no fundamental.

Os tubarões do ensino privado, além de manterem rigorosamente as aulas em formato digital, mantiveram  mensalidades permanentes durante toda a pandemia. Assim, nas universidades, 42% daqueles que abandonaram o fizeram por falta de condições de pagar as mensalidades e mais de 70% estavam no setor privado. Aqui fica claro que o problema não é apenas o vírus, e sim, o enorme descaso do governo golpista em combater a pandemia, e muito menos, a crise financeira. 

Ao invés de um programa de combate contra o coronavírus, foi impulsionada uma política de terra arrasada. Trilhões foram gastos para socorrer os bancos e as grandes empresas, enquanto para a população, foram cedidas apenas míseras migalhas, acompanhadas de corte de gastos públicos e demissões massivas. Para os estudantes, o fim do passe livre, o ataque às condições de permanência estudantil, a ausência e a precariedade das merendas escolares e, principalmente, a desenfreada e desorganizada promoção do ensino à distância, que se mostrou como uma completa farsa. 

O Datafolha realizou 1.670 entrevistas, por telefone (com estudantes ou responsáveis), entre os dias 30 de novembro e 9 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e os resultados têm confiabilidade de 95%. E além de relatar tal situação nefasta, a pesquisa mostra que mais de 80% dos estudantes dos ensinos fundamental e médio eram de escolas públicas, como também, a taxa média de abandono apurada pela pesquisa é de 10,6% nas classes D e E, contra 6,9% na classe A.

Finalmente, é um ataque direto à classe trabalhadora, que está sendo forçada a trabalhar e morrer durante a pandemia, assim como é expulsa das escolas e universidades. Por isso, é necessária uma grande mobilização da juventude e de toda a educação para exigir a suspensão do calendário letivo e o fortalecimento das organizações estudantis. Só elas devem organizar como serão ministradas as aulas e, principalmente, serão elas as únicas capazes de lutar contra o governo de Bolsonaro e todos os golpistas. 

Todos aqueles que defendem minimamente o ensino público e gratuito, precisam lutar contra a farsa do ensino à distância, o genocídio da volta às aulas e por nenhuma mensalidade durante a pandemia. Por fim, essa luta deve se desenvolver no seio da própria luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, verdadeiros responsáveis pela destruição da educação e dos direitos básicos do povo.

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