Por quê estou vendo anúncios no DCO?

4 de junho de 1943: a Revolução dos Coronéis na Argentina daria início ao peronismo

Em 4 de junho de 1943, ocorria na Argentina a chamada Revolução Nacional ou dos Coronéis, colocando fim governo de Ramón Castillo que coroara a chamada Década Infame, iniciada com o golpe conservador de 1930 – seguindo-se à crise do capitalismo global deflagrada no ano anterior, que comprometera a economia exportadora agrária Argentina. Tal conjuntura econômica forçou a Argentina da Década Infame a uma industrialização – com consequente êxodo rural e piora das condições de vida da população, num regime – ora militar ora civil – que se viabilizava por meio de sucessivos golpes e fraudes eleitorais.

O golpe foi desencadeado no dia 3 de junho, com a renúncia de Castillo, por haver vindo à tona uma concertação para sua candidatura a presidente pela ala direitista da governista Unión Cívica Radical, à revelia de tratativas mais à esquerda dentro do próprio regime. Na madrugada de 4 de junho, cerca de 8 mil soldados saíram do Campo de Mayo em Buenos Aires, entrando em combate com forças governistas no bairro de Núñez, recebendo o apoio da marinha. e vencendo o confronto. Com o golpe, ascenderam ao poder sucessivamente os generais Arturo Rawson, Pedro Pablo Ramírez e Edelmiro Farrel.

Do ponto de vista militar, a classe trabalhadora era representada sobretudo pelo baixo oficialato – tenentes e coronéis. O coronel Juan Domingo Perón (1975-1974), fundador do Grupo de Oficiais Unidos, aderiu ao golpe e passou a chefiar o Departamento Nacional do Trabalho e Bem-Estar Social, realizando diversas alterações nas leis trabalhistas e dando vazão à pressão da classe operária organizada no ciclo de industrialização anterior. Perón ganhou grande popularidade sobretudo entre os descamisados – o proletariado mais humilde, granjeando apoio dos sindicatos.

Em 1945, com o fim da Segunda Guerra, o ex-coronel era vice-presidente e ministro da Guerra, quando foi deposto por um golpe militar e preso. Eclodiu então um forte movimento de luta, com greve geral e mais de 50 mil pessoas mobilizadas diante do palácio do governo. Sob pressão popular, Perón foi libertado, vencendo as eleições presidenciais do ano seguinte e permanecendo no poder até ser finalmente deposto por um golpe militar em 1955.

Embora fosse politicamente ambíguo – simpatizante do fascismo, o líder buscaria exílio na Espanha franquista na década de 1960 – Perón nacionalizou as empresas de energia elétrica e gás, as ferrovias, o sistema de telefonia, promovendo o desenvolvimento industrial e mantendo em níveis aceitáveis os salários e empregos, tendo implementado benefícios como aposentadoria, férias remuneradas e assistência médica gratuita.

O dia 4 de junho de 1943, portanto, marcou nada menos que o início dos governos de tipo nacionalista burguês na Argentina – o chamado peronismo – que até hoje tem importante expressão no país vizinho, na figura de Cristina Kirschner.

 

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.