O povo não votou em Bolsonaro em nenhum sentido.
O candidato da direita não obteve a maior parte do eleitorado e não venceu entre os setores mais pobres da população.
Além do fato de que o principal concorrente, o candidato favorito de longe do povo, o ex-presidente Lula ter sido impedido de concorrer, retirado no meio da corrida eleitoral, em um processo fraudulento – o povo foi privado da sua principal escolha – o povo não votou em Bolsonaro.
Ele teve 39% dos votos possíveis, isto é, a diferença entre o eleitorado total e o que compareceu às urnas para votar em Fernando Haddad e os que votaram em nulo, branco ou se abstiveram. Mais de 60% do eleitorado rejeitou a candidatura de Bolsonaro. Não é possível dizer, portanto, que é a escolha da maioria.
Em um quadro como esse está evidente o repúdio popular a uma candidatura anti-povo.
É o candidato da burguesia e das classes médias que foram arrastadas pela mobilização e unidade da burguesia em torno do nome de Bolsonaro.
De maneira nenhuma o povo foi arrastado pela candidatura de Bolsonaro.
Seu voto é o voto da burguesia e da pequena burguesia unificadas. Seu resultado eleitoral é produto de uma fraude sem precedentes.
O povo não votou em Bolsonaro embora a imprensa burguesa, o monopólio da opinião no País, diga insistentemente o contrário.
O repúdio foi demonstrado nas urnas e fora delas. Será evidenciado em novas oportunidades, que não faltarão.
É preciso transformar o repúdio em ação. À minoria que elegeu Bolsonaro com fraude e manipulação é preciso opor a maioria da população, o classe trabalhadora.
É preciso unificar todos os setores que não aceitam a fraude eleitoral e lançar imediatamente uma ampla campanha pelo não reconhecimento do seu governo ilegítimo, pela sua derrubada e para que o povo organizado coloque abaixo o regime golpista.
É preciso uma Assembleia Constituinte de verdade, para reorganizar o País sobre bases verdadeiramente democráticas, com a dissolução das PMs, o fim do monopólio capitalista da imprensa e dos meios de comunicação, o fim da ditadura dos juízes, do latifúndio, com salário, trabalho e terra garantidos para o povo pobre e trabalhador.
Um primeiro passo nesta nova etapa é a II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, convocada pelo Partido da Causa Operária e pelos Comitês de Luta Contra o Golpe de todo o país para 8 e 9 de dezembro em S. Paulo.
Fora, Bolsonaro!