Nesta quarta (10), integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), iniciaram uma marcha de 48 km, partindo de Camaçari com destino a Salvador (BA), em protesto contra a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que completou um ano no último dia 7 de abril.
Ontem, dia 11, centenas de participantes do movimento saíram de Cascalheiras, em Camaçari, e seguem em direção à Linha Verde, rumo à Capital. Há colunas do Movimento, partindo de outras regiões do Estado.
A manifestação, que pretende reunir 3 mil participantes de 10 regiões baianas, faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que as entidades que compõe a Via Campesina organizam no mês de abril em homenagem às vítimas do Estado no que ficou conhecido como o Massacre do Eldorado dos Carajás.
A chacina cometida por policiais militares aconteceu no dia 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram covardemente executados sem chance de reagir, em uma explícita demonstração do estado de exceção que desde àquela época vem acometendo os trabalhadores do campo.
Diante da necessidade de se travar a luta política contra o governo Bolsonaro e todos os golpistas, os trabalhadores do MST, apoiados por organizações populares, sindicatos dos trabalhadores do campo, pelo PCO (Partido da Causa Operária) e pelo PT (Partido dos Trabalhadores), intensificam em suas pautas de reivindicações além da reforma agrária, a Liberdade para Lula.
Evanildo Costa, coordenador do MST na Bahia, deixa isso claro em sua fala, quando salienta que “desde o governo Temer a reforma agrária está totalmente paralisada, sem desapropriação, sem crédito, sem habitação, sem assistência técnica. O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) totalmente sucateado”, e relaciona o governo ilegítimo de Bolsonaro como a continuidade do governo golpista de Temer. Chama a atenção para a necessidade “de denunciar este governo (Bolsonaro) que ganhou fraudando e que agora vem tirando todos os direitos da classe trabalhadora”.
A Liberdade para Lula, está claramente colocada pelos setores mais combativos e de luta da esquerda como uma necessidade sine qua non, uma vez que Lula possui a capacidade de mobilizar a classe trabalhadora do campo e da cidade e que o governo Bolsonaro apenas se concretizou devido à farsa judicial que prendeu Lula injustamente.