A crise do coronavírus escancarou a debilidade do regime capitalista a nível mundial e expôs para o público, de forma mais clara, os interesses de classe que estão em jogo neste momento. Assim, cada grupo social apresentou um programa para a crise.
O programa da burguesia é salvar as empresas, abrir os cofres públicos para os capitalistas e deixar o povo sofrer o sucateamento dos sistemas de saúde.
Já o programa da pequena burguesia é o da “consciência” de salvar a si mesma, comprando álcool em gel, máscara, pagando exames de trocentos reais e fazendo tudo que está ao alcance dos seus privilégios e da ilusão de que é possível resolver o problema individualmente.
Portanto, para os trabalhadores e o povo pobre, o único programa que resta é o da organização coletiva, pois não teremos nem álcool em gel, nem máscara, nem leitos suficientes. Quem pagará somos nós, nossos amigos, conhecidos e familiares!
A burguesia golpista – e a esquerda que quer se aliar a ela – querem fazer o povo pensar que o grande perigo seria se contaminar numa manifestação de 10 mil pessoas e não nas latas de sardinha que são o transporte público, do qual o trabalhador não pode optar por não utilizar.
O caminho para a morte de centenas de milhares ou milhões de pessoas está sendo traçado. O programa da burguesia é deixar o povo morrer. O da esquerda é fazer o povo confiar que o governo Bolsonaro e os demais governos de direita vão nos salvar. Ambos querem que esperemos em casa para morrer.
Contra essa capitulação é necessário mobilizar os trabalhadores na defesa do seu próprio programa.
Parar essa máquina do capitalismo brasileiro não é um problema da consciência individual de alguém, mas sim da luta que se trava entre as classes sociais e seus interesses materiais. Ex., enquanto o povo não tem dinheiro para comprar álcool em gel, o governo dá dinheiro para salvar os capitalistas.
O coronavírus aprofundou a crise econômica e ameaça toda a população brasileira. Não é a hora de esperar, mas sim de levar à população o único programa que a unifica para lutar contra seus inimigos de classe.