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Ditadura argentina

29/12/1990: Carlos Menem indulta militares da ditadura argentina

Todo o processo demonstra que a transição da ditadura na Argentina, assim como no Brasil, foi feita de modo a manter os golpistas no poder

Carlos Saúl Menem nasceu em 2 de julho de 1930, na cidade de Anillaco, província de La Rioja. Descendente de Sírios, graduou-se em Direito na Universidade Nacional de Córdoba em 1955. Foi eleito governador da sua província natal em 1973, sendo deposto do cargo em 1976, sob acusação de corrupção e de ter ligações com os guerrilheiros da Guerra Suja. Detido em 25 de março, mantido por uma semana em um regimento local e depois transferido para uma prisão temporária no navio “33 Orientales” em Buenos Aires. Foi libertado apenas em 29 de julho de 1978, exilado de sua província natal.

Em 1983, após a reabertura política da Argentina e com a eleição à presidência de Raúl Alfonsín, Menem foi eleito novamente governador da  província de La Rioja. Foi eleito presidente da Argentina em 1989, mas acabou assumindo antecipadamente à presidência em 8 de julho de 1989, após a desistência de Raúl Alfonsín. Menem permaneceu na presidência até 10 de dezembro de 1999. Identificado ideologicamente como peronista e economicamente liberal, estando como Presidente do Partido Justicialista de 1990 a 2001, com sua abordagem política chamada Menemismo.

Logo após o início do processo de transição política na Argentina, o poder passou às mãos do partido União Cívica Radical (UCR), na figura do Raúl Alfonsín, neste momento foram algumas das medidas tomadas para esclarecer o ocorrido durante o Proceso de Reorganización Nacional e levar os autores à justiça. Houve a criação da CONADEP, a publicação do Nunca Más , a reforma do Código de Justiça Militar e o Juicio de las Juntas.

Entretanto houve intensa resistência dos militares às mudanças expressas  principalmente através do grupo de amotinados do Exército argentino os “Carapintadas”. Aconteceram basicamente três levantes dos “Carapintadas”, dois sob o comando do Tenente Coronel Aldo Rico em 1987 e 1988, e um terceiro sob comando do coronel Mohamed Alí Seineldín em 1988. 

Na época foi publicado no Buenos Aires Herald e no The Journal of Commerce, além de outras publicações dos Estados Unidos, que Rico e Seineldín passaram um período na América Central, treinando quadros argentinos e outras tropas envolvidas em missão anti-esquerdista dos Estados Unidos na na América do sul. Os dois oficiais estavam conectados diretamente com a tortura organizada e as violações dos direitos humanos realizada pelos militares argentinos durante a Guerra Suja.

Durante o processo de transição também houve um intenso embate político no Partido Justicialista, entre os setores que queriam a conservação da linha política do partido e setores que buscavam uma renovação, no primeiro momento, como Menem, que nas eleições presidenciais de 1989 buscou alianças com Bunge e Born , dirigentes sindicais, ex-membros dos Montoneros e AAA, gente da igreja e até os “Carapintadas”.

Todo o processo demonstra que a transição da ditadura na Argentina, assim como no Brasil, foi feita de modo a manter os golpistas no poder. Tanto lá quanto aqui, sob uma política de frente ampla, os principais setores da economia continuaram sob controle externo do imperialismo.

Na Argentina até chegou a ocorrer a prisão de alguns militares, mas isso porque as mobilizações foram gigantescas e pediam abertamente a execução dos militares. Toda essa disputa política fez com que o Congresso, o Judiciário e o Executivo Argentino tivessem idas e vindas com o julgamentos de alguns generais e a sanção da Lei de Ponto Final e da “Lei de Obediência Devida” e com o indulto de Carlos Menem em 29 de dezembro de 1990 a militares e ex-guerrilheiros dos anos 70, além de 164 “Carapintadas”.

A realidade é que as prisões dos repressores foram pouquíssimas frente ao número dos repressores e seus crimes. Serviram apenas como uma demagogia do regime político para a população.

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