Manoel Francisco dos Santos, nascido em Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, ponta-direita, ídolo do Botafogo Futebol e Regatas. Mané Garrincha é considerado por muitos como o maior driblador que o futebol já viu. Era um jogador espetacular que admirava a todos que o viam jogar.
A maravilha que ele provocava ao dar seus dribles desconcertantes fez nascer a expressão Anjo das pernas tortas. A emoção que causava nas massas que torciam pela seleção brasileira de futebol fizeram-no ganhar a alcunha de Alegria do povo.
Sem comparação com o maior jogador de todos, que foi Pelé, Garrincha fez uma parceria invencível, literalmente, com o Rei. Juntos jogando pela seleção os dois jamais perderam um jogo sequer. Garrincha conquistou as copas de 58 e 62, esta última, após a contusão de Pelé – substituído por Amarildo no restante da competição –, o Mané tornou-se o principal jogador da seleção. Foi artilheiro da competição com quatro gols e melhor jogador da Copa de 62. Além dos gols, deu duas assistências, participando de 6 dos 14 gols do Brasil naquela Copa.
O ponta-direita de 1,69m possuía uma perna seis centímetros maior que a outra. Tinha problemas nos dois joelhos, estrabismo e um desequilíbrio pélvico. Além dos problemas de nascença, também teve problemas com alcoolismo, o que acabou provocou sua morte com apenas 49 anos.
A sua partida de estréia em Copas do Mundo foi em 1958 contra a União Soviética. Uma partida emblemática e histórica, pois também foi a estréia de Pelé. Após uma partida ruim contra a Inglaterra, pela segunda rodada, uma demorada reunião, que reuniu a comissão técnica comandada por Vicente Feola, mudou para sempre o futebol mundial.
Após horas reunidos no quarto do chefe da delegação Paulo Machado de Carvalho, ficou decidido a saída de Mazola para a entrada de Pelé, então com 17 anos. Também Joel, considerado um excelente ponta-direita, deveria dar lugar ao surpreendente Garrincha de 25 anos. O Brasil tentaria romper a estratégia baseada na ciência que era utilizado pelo técnico russo Gavril Karchalin, campeão olímpico dois anos antes.
Ao começar o jogo, que poderia desclassificar o Brasil, Feola lembrou Didi de que o primeiro passe deveria ser para Mané Garrincha. O jornalista Nelson Rodrigues conta que “a desintegração da defesa começou exatamente no primeiro momento em que Garrincha tocou a bola”. Jornalistas definiram aquele momento como “lendário” e “os três melhores minutos da história do futebol”. Garrincha acertou a trave, Pelé também, Didi lançou Vavá para fazer o primeiro gol do 2×0.
O lateral esquerdo Boris Kuznetzov sofreu naquele dia com o Anjo de pernas tortas, para a alegria do povo brasileiro. No início do jogo o jogador soviético já havia caído ao chão algumas vezes por causa dos dribles desconcertantes de Garrincha. Em 62, Garrincha foi o principal jogador, tanto que aquela copa recebeu o nome de “Copa de Garrincha”.