A Polícia Secreta do Estado Alemão – Gestapo (ou Geheime Staatspolizei), foi a força policial secreta oficial da Alemanha Nazista. Fundada no dia 26 de abril de 1933 por Hermann Göring, militar alemão e segundo-homem do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, teve como principal objetivo combinar as, até então, várias agências de segurança policial da Prússia em uma única e direcionada organização. Um ano após sua fundação, no dia 20 de abril de 1934, a supervisão do órgão policial passou para Heinrich Himmler, o chefe da Schutzstaffel – ou SS, de forma que a Gestapo deixou de ser uma agência estatal prussiana para se tornar nacional, funcionando como uma espécie de sub-gabinete da Sicherheitspolizei (SiPo ou Polícia de Segurança). Durante a Segunda Guerra Mundial, a Gestapo desempenhou um papel fundamental no plano nazista de exterminar os judeus da Europa.
Em seu primeiro momento, a Gestapo organizou-se em departamentos criados para monitorar grupos considerados perigosos pro governo alemão, através da criação de polícias políticas, tal qual a polícia secreta prussiana da República de Weimar entre os anos de 1919 e 1933. Esta última, por sua vez, foi utilizada contra os dois grupos “subversivos” mais ativos da década de 1920: os comunistas e os conservadores extremistas que hoje conhecemos como nazistas. Entretanto, com a ascensão da popularidade nazista e a ocupação de cargos públicos expressivos por parte de seus integrantes, a perseguição a estes últimos se enfraqueceu. Somente quando Marinus van der Lubbe, um comunista holandês, em 27 de fevereiro de 1933, incendiou o Reichstag (o Parlamento alemão), que os nazistas, enfim, tiveram a desculpa que precisavam para acabar com os direitos constitucionais alemães e, para isso, utilizar de forma ampla e incisiva a Gestapo.
Após a unificação da Gestapo com quase todas outras forças policiais da Alemanha, a mesma foi organizada em seis “Seções” ou Departamentos, núcleos direcionais especialmente especializados. Por exemplo, a “Seção A” monitorava opositores políticos (comunistas, reacionários, liberais e a oposição), enquanto a “Seção B” monitorava seitas e igrejas (catolicismo, protestantismo, maçons e judeus). A “Seção C” tratava do monitoramento de assuntos partidários e da administração da Gestapo (Arquivos, ficha, índices, informações e administração, custódia protetora, assessoria de Imprensa e assuntos do Partido Nazista). A “Seção D” monitorava os territórios ocupados pelos nazistas, a “Seção E” monitorava ações de espionagem na Alemanha e, por último, a “Seção F” tratava do policiamento de estrangeiros e do serviço de fronteira da nação. Sobre sua organização pessoal, era muito comum que os funcionários de algumas seções tivessem carreiras consolidadas dentro da polícia, uma vez que suas habilidades com investigação seriam utilizadas para a finalidade dos nazistas. Os cargos de comando, geralmente, eram dados a pessoas com formação em Direito, sobretudo para aqueles que tivessem doutorado. As diretrizes da Gestapo incluíam instruções sobre como conduzir-se uma investigação, existindo, inclusive, instruções específicas de como obter-se informações em inquéritos conduzidos por sessões de tortura.
Quando da Segunda Guerra Mundial, os membros da “Seção D”, em sua maioria, estiveram ligados ou deram cabo no plano de extermínio de Adolf Hitler e do partido Nazista. Eles faziam levantamentos da população judia local de lugares específicos, organizavam as pessoas e as executavam enquanto os membros da “Seção B” ficavam encarregados de enviar os judeus aos campos de concentração. A Gestapo só viu o fim de suas tenebrosas atividades quando a Segunda Guerra acabou e os Aliados a dissolveram por considera-la uma “organização criminosa”. Muitos de seus membros e funcionários menores foram julgados e presos após a guerra. Himmler e Göring, entretanto, foram capturados, mas cometeram suicídio. Göring chegou a ser julgado e condenado à morte por enforcamento, mas ingeriu uma cápsula de cianureto e faleceu antes de cumprir sua sentença. Mesmo em sua época, a sede da Gestapo em Berlim já era conhecida pela população como “centro de tortura”. Hoje o local é um museu chamado ‘Topografia do Terror”.