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25 de junho de 1903: nasce George Orwell, revolucionário nas letras e nas armas

Eric Arthur Blair, conhecido com o pseudônimo de George Orwell, nasceu no dia 25 de junho de 1903 em Motihari (Índia). Foi um romancista, ensaísta e crítico, conhecido por seus grandes livros, como “A Revolução dos Bichos” e “1984”. Como filho de um oficial britânico à serviço da Coroa, passou seus primeiros dias de vida na sua própria terra natal, e, no ano seguinte, viajou com sua mãe (de origem francesa) e irmã para a cidade de Henley-on-Thames (Inglaterra). Por conta de diversas questões, incluindo a distância, seu pai, que ficou na Índia, raramente os visitava e Orwell conviveu com ele apenas depois que o mesmo aposentou, em 1912. Essa distância levou os dois a não criarem laços fortes, além do fato de Orwell o considerar conservador.

Nesta idade de mudanças tremendas gostava de inventar histórias e criar personagens imaginários. Seu primeiro sucesso literário veio aos 11 anos, quando um de seus poemas foi publicado no jornal local.

Com uma bolsa de estudos, Orwell foi enviado para um colégio interno e percebeu que os funcionários da escola tratavam melhor os estudantes mais ricos, reconhecendo pela primeira vez os conceitos básicos da sociedade capitalista dividida em classes. O prodígio conta que não era popular entre seus colegas e escreveu muitas vezes sobre essa situação desconfortável em seus livros.

Entre suas inspirações e leituras preferidas, Orwell gostava das obras de Rudyard Kipling e H.G. Wells. Nos seus primeiros romances, Wells escreveu romances científicos, inventando uma série de temas que foram mais tarde aprofundados por outros escritores de ficção científica, e que entraram na cultura popular em trabalhos como A Máquina do TempoO Homem Invisível e A Guerra dos Mundos. E sobre Kipling, foi um dos escritores mais populares do Reino Unido, em prosa e verso, no final do século XIX e início do século XX. Henry James afirmou sobre ele: “Kipling me parece pessoalmente o mais completo homem de gênio, distinto de inteligência fina, que eu já conheci.”  Em 1907 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura , tornando-se o primeiro escritor de língua inglesa a receber o prêmio e seu mais novo destinatário até o momento, e com apenas 41 anos. 

Voltando a Orwell, se destacou demais com sua inteligência, ganhando bolsas para estudar na Wellington College e na Eton College, e após terminar seu último período se viu em um beco sem saída, pois sua família já não tinha dinheiro para pagar uma universidade. Assim, acabou se alistando na Força Policial Imperial Indiana, em 1922.

O escritor afirma em sua primeira grande obra, “Na pio em Paris e Londres” (1933), que teve grande dificuldade em deslanchar sua carreira de escritor, e descreve explicitamente suas experiências como pobre e até mesmo mendigo nessas duas cidades. Se encontra nas intrigantes linhas que ele aceitou todos os tipos de empregos e, preocupado em não envergonhar sua família, publicou com um pseudônimo: George Orwell.

Três anos depois do lançamento, retornou à rotina de conflitos armados, depois dos anos passados em que abandonou a Polícia Imperial. Junto com sua esposa, Eileen O’Shaughnessy, lutou na Guerra Civil Espanhola, onde um disparo de um francoatirador fascista atingiu a sua garganta, o que o deixou sem poder falar por semanas.

Sobre o envolvimento desse incrível personagem na luta de classes ao lado dos operários revolucionários da Espanha, Orwell disse: “Tornei-me pró-socialista mais por desgosto com a maneira com os setores mais pobres dos trabalhadores industriais eram oprimidos e negligenciados do que devido a qualquer admiração teórica por uma sociedade planificada”.

Outros problemas de saúde o derrubaram após seu regresso e, após anos enfermo, foi diagnosticado com tuberculose, em 1938. Mesmo sendo tratado em locais especializados, Orwell teve que lutar contra a doença pelo resto de sua vida.

Em 17 de agosto de 1945 a obra, A Revolução dos Bichos (“Animal Farm”), era publicada na Inglaterra, trazendo uma poderosa fábula distópica onde o autor cria um grupo de animais revolucionários que decide tomar o poder dos donos humanos de uma fazenda. O pano de fundo da trama é a luta de classes da sociedade capitalista, onde os bichos tinham a perspectiva de organizar um regime igualitário e justo no local, ou seja, a luta pelo socialismo. Porém, após a sangrenta vitória, o equilíbrio conquistado é então ameaçado por uma dupla de porcos totalitários, e é onde o autor, com uma ácida sátira, ataca as práticas do contra-revolucionário Joseph Stálin, que burocratizou a Revolução Russa e destruiu o poder dos sovietes que tanto lutaram para construir uma democracia operária. E para além dessa trama principal, o livro está repleto de lições da luta de classes no século XX.

Partindo para sua outra grande obra, 1984 foi publicada em 1949, com um texto que nasceu destinado à uma imensa polêmica crítica ao imperialismo e seu controle sobre os povos de todo o mundo. Sendo traduzido em 65 países, transformou-se em mini-série, inspirou quadrinhos e mangás, ainda foi projetado nas telas como filme, e até mesmo uma magnífica ópera. Mas foi na bizarra transformação em reality show, que ganhou novamente em 1999 os olhares de todo o mundo, quando a produtora holandesa Endemol batizou seu formato para a TV de Big Brother. Este “Grande Irmão”, no caso é o mais sinistro personagem, ou melhor, entidade do livro. O texto que foi concluído em 1948, traz os dois dígitos finais invertidos como uma forma de dizer que a distopia descrita não era uma ameaça distante.

Bom, todos esses valem muito as leituras.

O destacado escritor, revolucionário nas letras e nas armas, morreu aos 46 anos, no dia 21 de janeiro de 1950, em Londres, por causa de um quadro de tuberculose e não pela guerra. Foi enterrado na Igreja Anglicana All Saints’ Churchyard, onde o túmulo o identifica curiosamente apenas como  Eric Arthur Blair, sem sinal de seu famoso pseudônimo.

“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.” –George Orwell

 

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