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25 anos do Plano Real: a privataria tucana

O maior e mais agressivo programa de “privatizações” (leia-se entrega e liquidação do patrimônio público nacional) do país está completando, neste mês de julho de 2019, vinte e cinco anos desde o início de sua implantação. Sob a égide do governo do sociólogo de “esquerda”, também conhecido por “Príncipe dos Sociólogos”, Fernando Henrique Cardoso, foi levada adiante uma das maiores operações de rapina contra os interesses nacionais, sem precedentes na história do país em todos os tempos. Há registros bem documentados revelando que somente no primeiro dos seus dois mandatos (o segundo alcançado através da compra e do suborno a parlamentares para a aprovação da emenda da reeleição) foram executadas nada menos do que oitenta privatizações, compreendendo o período de 1995-1998.

A justificativa dos “social-democratas” emplumados para tal crime de lesa-pátria teria sido, à época, o crescimento descontrolado da dívida pública. Uma fraude completa do ponto de vista dos argumentos, pois a própria realidade se encarregou de desmentir os economistas tucanos, deixando às claras os verdadeiros objetivos da operação desmonte do parque estatal brasileiro; vale dizer, a desnacionalização e a quebra da indústria nacional para atender os interesses da banca financeira internacional. A farsa da necessidade da venda das estatais para que houvesse o ingresso de ativos nos cofres do tesouro, que equilibraria as contas públicas, segundo os estrategistas tucanos, ficou bem estampada nos números, pois ao final do governo FHC, a dívida pública não só não foi estancada como pulou de 78 bilhões de dólares em 1996 para 245 bilhões em 2002, último ano dos seus dois mandatos.

À época, na era FHC, as duas grandes “jóias da coroa” do processo de “privatização” foram a Companhia Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás, um complexo gigantesco que operava o sistema de telefonia no país, cobiçado por todos os maiores grupos e corporações privadas das principais praças capitalistas do mundo, durante o período de expansão da telefonia fixa e móvel em todo o planeta. A “venda” da Telebrás ocorreu em julho de 1998, e representou a maior da história brasileira. O processo foi marcado por inúmeras denúncias de fraude e foi chancelada como um jogo de “cartas marcadas”. Em 1999 vieram à tona conversas gravadas em telefones levantando suspeitas de que o próprio FHC havia participado de tratativas para beneficiar um consórcio no leilão da Telebrás. Encarregada da investigação, a Polícia Federal nada fez, alegando que as conversas haviam sido obtidas através de “grampos ilegais”.

Em 1997, antes da “privatização” da Telebrás, o entreguista FHC protagonizou a mais ousada das operações de rapina de uma estatal nacional, nunca antes realizada por nenhum outro presidente. Vendeu a maior mineradora do país e uma das maiores do mundo, a Vale do Rio Doce, empresa estratégica para o desenvolvimento e a soberania nacional. Várias ações foram impetradas na justiça questionando a validade da operação, com denúncias de fraudes, processo viciado e outras irregularidades. À época, em 2008, o então senador Pedro Simon (PMDB-RS), definiu com estas palavras o que foi a “venda” da companhia: “A privatização da Vale do Rio Doce foi uma doação da empresa pública a um grupo privado. Fernando Henrique vendeu a Vale por menos do que o governador do Rio Grande do Sul, Antonio Britto, vendeu a Companhia de Energia Elétrica do Estado (CEEE)” (SenadoNotícias, 08/12/2008).

Todavia, a denúncia mais contundente da grande roubalheira nacional que significou as “privatizações/doações da era FHC foi a chegada às prateleiras das livrarias do trabalho de investigação realizado pelo repórter Amaury Ribeiro Junior, que caracteriza as operações privatistas do presidente-sociólogo como “verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas ‘offshores’, empresas de fachada do Caribe” (Ribeiro, Amaury – A Privataria Tucana, 2011). Isso, exatamente isso. Uma operação de rapina contra o país, contra a economia nacional e um ataque em regra a todo o povo brasileiro em favor de um punhado de capitalistas que operam transações fraudulentas a partir de praças fictícias onde as operações ilegais são legalizadas.

Por sua vez, o jornal “O Globo”, tribuna golpista especializada na fabricação, em escala industrial, de mentiras e falsificações procurou um dos artífices do Real para uma entrevista sobre os 25 anos do “Plano”, o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Arida considera o “Real” uma “conquista da sociedade brasileira”. “Hoje virou quase um bem público. O governante que permitir inflação alta será punido nas urnas. Não foi à toa que os 10% de inflação no começo do segundo governo Dilma foram, do ponto de vista de erosão de apoio popular, um dos fatores determinantes” (O Globo, 30/06). Não, senhor Pérsio Arida, “a erosão de apoio popular” a que o senhor faz alusão foi produto não dos dois dígitos inflacionários, mas da investida reacionária não só da imprensa golpista liderada pelas “Organizações Globo”, mas dos seus chefes amigos tucanos do PSDB, que depois de quatro derrotas consecutivas partiram para o vale tudo contra os governos petistas, onde através da maior campanha de falsificações, mentiras e ataques depuseram de forma arbitrária e inconstitucional o governo eleito em 2014.

Portanto, a maior operação de rapina, destruição e entrega do patrimônio nacional nada mais significou do que a continuidade, numa versão mais agressiva e ousada, da mesma política iniciada nos governos igualmente fraudulentos de Fernando Collor e Itamar Franco. Fernando Henrique foi eleito sob a égide do Plano Real, uma manobra do grane capital, da burguesia e do imperialismo para evitar a vitória do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, que liderava, poucos meses antes das eleições, todas as pesquisas de opinião, mesmo aquelas realizadas pelos fraudadores institutos a soldo dos grandes grupos econômicos. O Plano Real de FHC empobreceu de forma exponencial e jogou na miséria e no desalento um gigantesco contingente populacional, constatado pelos incontestáveis números que vieram à baila no final dos dois mandatos do sociólogo de “esquerda”.

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