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25 anos do Plano Real: a destruição da indústria nacional

Uma série de matérias falaciosas estão saindo na imprensa oficial da burguesia para comemorar os 25 anos do Plano Real. Todas elas procuram apresentar o lançamento da nova moeda como um marco no desenvolvimento do Brasil. Essa é uma falsidade absoluta. O Plano Real produziu consequências nefastas para a economia brasileira, a começar pela destruição da indústria no país.

O processo de desindustrialização da economia brasileira tem seu início na primeira tentativa de impor a política neoliberal no país, com a eleição de Fernando Collor de Mello em 1989. Uma das primeiras medidas do seu governo consistiu justamente em diminuir as tarifas de importação de produtos industrializados, o que teve um grande impacto em toda a cadeia automotiva, causando milhares de demissões, principalmente no Estado de São Paulo.

Com a queda de Collor, seu vice, Itamar Franco, que assumiu o governo, manteve essa mesma política, apenas em  uma intensidade menor diante da crise política e econômica que atingiu o País, em decorrência da absoluta falência dos planos econômicos Collor I e II, com o retorno da hiperinflação em patamares superiores ao dos anos 80.

A âncora fundamental do Plano Real foi a indexação da moeda ao dólar. O efeito imediato dessa ancoragem foi o de favorecer a entrada de produtos industrializados no país, o que provocou a entrada abrupta de produtos comerciais, principalmente chineses, o que ficou conhecido como onda chinesa, produzidos a custo mais baixo do que eram produzidos aqui no Brasil, atingindo diversos ramos da economia nacional, como os setores de material elétrico, equipamentos eletrônicos, calçados, vestuários e têxtil.

Além do fechamento de empresas desses ramos, as que conseguiram sobreviver promoveram uma forte reestruturação na sua cadeia produtiva, o que levou ao aumento do desemprego. Segundo dados apresentados em 1997, o resultado foi uma sensível redução no nível de emprego na indústria, uma queda de cerca de 25% do início de 1991 até o penúltimo trimestre de 1996, sendo que, quase 50%, foi após o lançamento do Plano Real. Ainda de acordo com pesquisa do IBGE, divulgada em 2000, o desemprego cresceu 155% entre 1995 e 2000.

Depois de eleito para um segundo mandato por por meio de uma gigantesca campanha de manipulação de informações, particularmente de encobrimento da falência do Plano Real, pela grande imprensa burguesa do País, Fernando Henrique promove, logo depois da sua posse, em 1999, a desvalorização do Real diante do Dólar, ou seja, decreta o fim do principal mecanismo do Plano.

A política de juros altos e de favorecimento das importações avolumaram os saldos negativos na balança comercial, cobertos, em grande medida, pela entrada de capital especulativo, que vinha se beneficiar com os altos juros e com as privatizações. A fim de financiar essa política extorsiva, o governo aumentou em seis anos (94-2000) a dívida externa brasileira em mais de 100%, passando de 120 bilhões em 95 para 250 bilhões em 2000. O mesmo fenômeno ocorreu com a dívida pública, que atingiu mais de 70% do PIB, contra 50% no início do Plano Real.

A falência do Real trouxe uma nova consequência para a indústria nacional. Nos anos de Real indexado, a indústria foi incentivada a se endividar em dólares. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, Em 1994, a dívida em dólar correspondia a 69, 941 bilhões e em reais correspondia a 60,498 bilhões (1 real valia 0,865 dólar). Em setembro de 2002, último ano do governo FHC, a dívida das empresas correspondia a 47,922 bilhões de dólares, mas em Real o montante chegava a R$ 180,6 bilhões, o que significou um crescimento da ordem de 200%.

Procurar apresentar a farsa do Plano Real como um grande benefício para o País, como a imprensa burguesa procura apresentar, é a tentativa do imperialismo em preparar o terreno para impor um novo assalto ao Brasil, com uma versão requentada do neoliberalismo dos anos 90,  agora na sua versão golpista e de extrema-direita representado pelo governo ilegítimo de Bolsonaro.

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