Vladimir Herzog foi um jornalista, dramaturgo e professor.
Nascido na cidade de Osijek, à época Iugoslávia, Herzog e sua família, de origem judaica, fugiram do antissemitismo do Estado fantoche da Croácia, controlado pela Alemanha Nazista. Foram viver clandestinamente na Itália até imigrar para o Brasil.
No Brasil, naturalizou-se e se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo, onde, na década de 70, assumiu foi professor de jornalismo na Escola de Comunicação e Artes. Vladimir também foi, na época, diretor do departamento de telejornalismo da TV Cultura de São Paulo.
Politicamente, foi militante do Partido Comunista Brasileiro, tendo sido peça-chave na imprensa do Partido durante seus anos de militância.
Em 1975, o Centro de Informações do Exército (CIE) colocou o Partido Comunista como o principal alvo. Paulo Markun, também jornalista, tomou conhecimento da prisão de Herzog e o alertou, mas Vladimir não conseguiu fugir.
O jornalista então, em 75, foi preso pela Operação Jacarta, levada à cabo pelo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) para destruir a organização do PCB na imprensa, sindicatos e outras entidades, junto com dezenas de outros militantes.
Na prisão, Vladimir foi torturado até a morte pelos militares, que tentavam arrancar informações acerca da atuação do Partido Comunista. No dia 25 de outubro, o Serviço Nacional de Informações foi notificado do “suicídio” de Herzog no DOI-CODI. À época, a ditadura mascarava seus assassinatos contando que os torturados fugiam, suicidavam-se ou eram atropelados. Estas histórias geraram os comentários de que os presos haviam sido “suicidados” pela ditadura.
A história oficial da ditadura militar sobre a morte do jornalista é que Vladimir teria se enforcado, inclusive armando uma cena para mostrar isso. No entanto, todas as evidências mostram o contrário, como as fotos de Vladimir com o pescoço em uma tira de pano amarrada a uma grade a 1,63m de altura mostrando os pés do prisioneiro tocando o chão, posição em que o enforcamento é impossível, além das marcas no pescoço de Herzog serem típicas de estrangulamento.
O caso de Vladimir foi um dos casos mais notórios de brutalidade da ditadura militar e a foto do falso suicídio do jornalista é, ainda hoje, um símbolo contra a ditadura e sua selvageria.