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Rui no 247

“A esquerda precisa se afastar do moribundo ‘centro'”

"Estamos nos aproximando rapidamente, a passos muito largos, da situação que se criou na década de 30 e que levou à Segunda Guerra Mundial".

Em mais uma Análise Política na TV 247 com retransmissão da COTV, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, conversa com Leonardo Attuch sobre os temas políticos mais importantes da atualidade.

No programa deste dia 11/05/2021, vários temas internacionais foram abordados e ajudaram a esclarecer a política norte-americana e a brasileira. Uma análise marxista, científica e objetiva, sem falsos otimismos e sem receio de criticar a esquerda quando necessário.

O programa destacou as crises internacionais, começando pela Colômbia, onde protestos gigantescos vêm sacudindo o país há vários dias. No Oriente Médio, a população palestina em Jerusalém está em revolta contra o estado de Israel. Na Europa, a situação francesa também merece atenção, com a extrema-direita falando em “guerra-civil”.

Essas crises mostram uma falência geral do capitalismo na forma da política neoliberal que vem sendo aplicada no último período. “A pandemia levou tudo a um ponto de explosão. Acho que está tudo muito conectado. O caso da França é o mais significativo, na minha opinião. Temos que acrescentar também a crise do Podemos na Espanha”. O quadro geral é de explosões populares, crescimento da extrema-direita num país chave (França) e o fracasso de organizações da esquerda reformista, como o Podemos. O fracasso do partido espanhol ocorreu por ele ter se tornado um apêndice do Partido Social-Democrata, ou seja, de um partido neoliberal.

Na França “está se afirmando uma saída pela extrema-direita”, com os próprios governos “centristas” estão buscando a extrema-direita. O governo italiano, por exemplo, é uma composição entre o ex-presidente do Banco Central Europeu com a extrema-direita e é “uma tentativa de saída do setor predominante da burguesia, (…) o que em alguns lugares é viável e em outros, inviável. (…) A esquerda precisa se afastar desse polo político moribundo que é o chamado ‘centro'”.

Sobre o governo Biden, Rui analisou que há uma crise extraordinária do polo político representado pelo Biden, o imperialismo tradicional. É uma crise extraordinária, com a economia norte-americana recuando sete pontos. O país está em chamas, literalmente. “Ou o governo faz alguma coisa ou ele será varrido pela mobilização popular e pela direita, porque o Trump está muito longe de ser um cachorro morto. Assim como a extrema-direita está crescendo na Europa, nos EUA ela não decretou, ela perdeu a eleição [mas] estão trabalhando em cima da situação. O Biden precisa atuar como bombeiro e precisa dar uma ‘chicotada’ na situação econômica, [do contrário] a situação fica totalmente perdida. É uma situação limite, extrema, e não se trata de keynesianismo, de reformismo, de nada. É uma operação ‘apagar incêndio'”.

O banimento do Trump do Facebook é uma evidência do medo dessa ala dominante da burguesia. Ninguém sabe também se Biden irá conseguir conter a situação com sua política. A política de abrir o cofre para apagar incêndio faz acelerar a inflação, se isso se mantiver vai agravar a crise. O investimento especulativo ficará muito prejudicado com uma inflação alta, além de que os trabalhadores se mobilizarão em massa para o reajuste salarial.

Alguém no chat perguntou se estaríamos próximos do fim do mundo. Rui disse que com certeza estamos vivendo um momento muito importante. “Estamos nos aproximando rapidamente, a passos muito largos, da situação que se criou na década de 30 e que levou à Segunda Guerra Mundial”. Naquela década houve um colapso total de todos os governos do mundo. O Brasil, por exemplo, teve a época de maior convulsão social da sua história. “Acho que é uma crise do capitalismo. (…) É uma contradição explosiva do capitalismo que estamos vivendo. Para você lucrar é preciso você se erguer sobre uma pilha de cadáveres. É uma coisa monstruosa e o mundo todo está vendo isso”.

Entrando no tema da violência policia, especificamente o massacre do Jacarezinho, Rui disse que trata-se de uma ditadura contra o povo. Do ponto de vista político imediato não dá para enxergar um planejamento pré-concebido, pelo menos por enquanto. Mas, do ponto de vista da ação, a extrema-direita passou à ofensiva. No Brasil sempre foi assim desde sempre, trata-se de uma característica do regime político. “É um sistema de controle da população explorada e pobre do Brasil esse terrorismo estatal sistemático”.

A extinção da PM é defendida pelo PCO há décadas. O que houve no Rio de Janeiro, com a Polícia Civil matando 28 pessoas, “coloca para a esquerda um grande desafio: é preciso propor uma completa transformação do problema policial. Se não houver isso, não há a menor possibilidade de acabar com essas questões. O que nós sempre propusemos era uma polícia que não fosse parte da burocracia estatal. Por exemplo, na Suíca há um sistema onde todo cidadão serve às Forças Armadas, ele tem um treinamento e tem em casa as arma que ele usaria numa eventual situação de guerra, mas o pessoal é cidadão comum, não é um exército permanente. A gente sabe que o exército permanente sempre foi uma ameaça a qualquer tipo de regime político democrático. Os golpes de estado vêm do exército permanente. A polícia permanente é a mesma coisa. A solução seria que houvesse uma força composta pelos cidadãos onde as pessoas fariam parte de um alistamento civil na região aonde moram (…) dessa forma, o policiamento ficaria diretamente sob controle da população”.

Propor meia-medidas não adianta. Muita gente na esquerda sempre falou em “desmilitarizar” a polícia. Quem massacrou os jovens no Jacarezinho foi a polícia civil. “A Guarda Civil é a mesma coisa. Qualquer política que criarem no Brasil vai seguir o mesmo figurino. O assassinato da população das comunidades pobres não é nenhum acidente, é um sistema de dominação e é um sistema antigo. É uma maneira de dominar uma vasta população pobre totalmente sem recursos e sem perspectivas e que, portanto, está sempre rebelada, – porque o crime é uma forma de rebelião, o cidadão entra no crime porque não tem para onde ir”.

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