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Ditadura assassina

236 ex-guerrilheiros anistiados já foram assassinados na Colômbia

Nessa escalada, o terror fascista avança, e, em meio a mobilização e greves da população, pelo menos 983 líderes são ameaçados de morte, e 268 já morreram assassinados.

Cinco pessoas foram mortas na noite deste sábado, no setor Caño Caimán, departamento de Sucre, Colômbia, entre os município de San Marcos e San Benito, em uma violenta resposta de proprietários, ao que tudo indica.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (INDEPAZ), divulgou um relatório que pesquisou até 20 de outubro, em que denuncia 68 massacres em 2020.

Funcionários da Procuradoria-Geral da República acompanhados por tropas do Exército, Aeronáutica e Polícia, foram designados para o local das ocorrências para auxiliar nas investigações, segundo pronunciamento do Comandante da Sétima Divisão do Exército, o General Juan Carlos Ramírez.

O Coletivo Justiça e Direitos, que representa as vítimas em Bolívar, denunciou que entre as vítimas fatais está um advogado que defendeu os interesses dos camponeses que foram objeto do ataque fatal e uma liderança indígena da comunidade de Viloria.

De janeiro a 20 de outubro deste ano na Colômbia, ocorreram 68 massacres, com um saldo de 268 civis mortos, superando os 263 de setembro. Todos espalhados por 18 departamentos colombianos e na capital Bogotá,  com destaque para Antioquia, Cauca, Nariño, Norte de Santander e Putumayo por serem estes os que concentram maior número de assassinatos. É o que diz o relatório produzido pelo  Indepaz – Observatório de Conflitos, Paz e Direitos Humanos. 

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) têm acompanhado o problema, e, segundo nota comentando os genocídios, observou que em 2017 houve 12 massacres que deixaram 49 vítimas; em 2018 foram 27 com 105 assassinados e em 2019 ocorreram 35 massacres com 113 mortos.

Nos três primeiros meses de 2020, a perseguição e os assassinatos na Colômbia aumentaram alcançando até hoje, mais de 100 mortes em um universo de pelo menos 983 ameaças feitas à líderes sociais, dos quais quase a metade são mulheres. No total, desde 2016, algo em torno de 236 guerrilheiros já morreram assassinados.

Os setores refratários ao Acordo de Paz de Havana ganharam um novo fôlego com a subida ao cargo de presidente do país de Ivan Duque, político ultraconservador ligado ao ex-presidente Álvaro Uribe, e que foi eleito por um processo extremamente fraudulento organizado pela direita, para um mandato que iniciou em 2018 e vai até 2022.

Duque, que se elegeu presidente com o apoio do setor mais reacionário da classe dominante colombiana, está conectado ao paramilitarismo, ao parapolicialismo, e aos grandes criadores de gado, e são responsáveis por esse terror.

Depois que, em 2016, o governo colombiano ratificou o cessar-fogo com as FARC, camponeses e seus apoiadores não param de ser assassinados. Com o cessar fogo a deposição das armas vieram como consequência e condição do acordo. Entretanto, como o governo continuou armado, um grupo paramilitar equipado pela direita, elimina todo aquele que expressamente se opõe à política do governo fascista e ditatorial de Duque e seu antecessor.

Com a desmobilização, em 2017, da maioria dos rebeldes das Farc, muitos passaram a integrar o partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum. Algo em torno de 8 mil armas foram depostas e entregues pelos 7 mil membros guerrilheiros à ONU.

Diante de como tudo evoluiu, o ex-número dois das FARC, Iván Márquez, anunciou em 2018, por um vídeo postado na internet e divulgado pelo Canal de Televisão RT, que retomará a luta armada contra o que chamou de oligarquia “excludente e corrupta”.

Segundo ele, o Estado colombiano “não cumpriu nem mesmo as mais importantes de suas obrigações de garantir a vida de seus cidadãos e, principalmente, evitar assassinatos por razões políticas … Em dois anos, mais de 500 líderes do movimento social foram mortos e 150 guerrilheiros já morreram em meio à indiferença e indolência do Estado”. E por conta disso, promete reação. A íntegra do manifesto pode ser conferida no link: https://youtu.be/EeCs8cGtNUs

Preso à dominação estrangeira dos norte-americanos e a essa oligarquia conservadora e fascista, o povo se esforça e luta para se ver livre da opressão que lhe é imposta, e consiga  pôr um fim a esta dominação. Mas está sendo preciso passar por um banho de sangue contra as lideranças comunitárias e aos guerrilheiros, como a que vem acontecendo, para reconhecer a ingenuidade do acordo de paz, e todo o seu esforço em troca de nada.

Várias organizações de direitos sociais e humanos, tanto colombianas quanto internacionais, têm denunciado a falta de proteção do governo, principalmente nas áreas rurais, o que deixa o controle desses territórios nas mãos de grupos violentos.

Mesmo assim, o povo tem ido às ruas e enfrentado a dura repressão policial. As centrais sindicais convocaram a greve nacional por 6 reivindicações para enfrentar a pandemia, o desemprego e a fome, em solidariedade com a greve desenvolvida desde o dia 31 de agosto pelos mineiros de carvão de Cerejón, e para apoiar a Minga para o dia 21 de outubro. 

“Absurdo, em que pais declaram greve e fazem machas em plena pandemia?” assim reagiu a burguesia com a sua imprensa golpista. “Na Indonésia e na Tailândia está a população por centenas de milhares nas ruas”, e assim responderam os sindicatos (e na Nigéria e na Guiné).

A Minga marchou com os trabalhadores, organizações de bairros e jovens de Bogotá, no seu dia. Também se juntaram a eles os misak, vindo no dia anterior para marcharem juntos, e ainda ficaram para o dia seguinte. Eles declararam: “somos a força das pessoas, somos a Minga, somos a greve nacional”.

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