O regime fascista de Salazar construiu o campo de concentração de Tarrafal, localizado na ilha de Cabo Verde – naquela época uma colônia portuguesa -, para enviar os presos políticos e opositores do regime, por meio do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936.
Na data de 18 de Outubro de 1936 partiram da capital Lisboa os primeiros 152 prisioneiros em direção ao campo de Tarrafal. Dentre eles, estavam prisioneiros políticos da insurreição dos operários e do Soviete de Marinha Grande e da Revolta dos Marinheiros (conhecido como Motim dos Barcos do Tejo). Esta última foi uma revolta dos marinheiros que tinha por objetivo libertar presos políticos do regime salazarista. Ambas tinham forte influência do Partido Comunista Português (PCP).
O campo de concentração de Tarrafal tinha duplo objetivo: receber os presos políticos, de forma a afastá-los da metrópole e, assim, neutralizá-los politicamente e enviar um sinal ao potenciais opositores de que qualquer tipo de contestação seria tratada com a repressão mais extrema. As condições de encarceramento eram as mais duras possíveis e não era raro que os prisioneiros morressem neste campo.