Passados 172 anos da publicação do documento de maior importância para a classe operária desde então, sua incontestável atualidade mantém sólida ligação com o desenvolvimento histórico da humanidade. À época – o espectro do comunismo já rondava a Europa, como ainda assombra a decadente sociedade burguesa atual. O Manifesto Comunista resumia de forma impecável a tarefa incumbida à Karl Marx e Friedrich Engels de unir às necessidades candentes da classe operária, uma sólida base científica capaz de elevar a consciência do crescente movimento operário da época.
Realizado em Londres e depois em Bruxelas, o trabalho de Marx e Engels demonstrou a sintonia fina entre os dois pensadores. Engels, no entanto, partiria para Paris em finais de dezembro, ficando a versão definitiva fundamentalmente nas mãos de Marx durante o mês de janeiro de 1848, sendo posteriormente enviada à Londres, onde viria a ser publicada pela primeira vez.
No dia 21 de fevereiro de 1848, em Londres, foi publicado um pequeno panfleto que acabaria por se tornar o documento político mais importante de todos os tempos. O Manifesto Comunista fora elaborado como programa da Liga dos Comunistas por decisão do seu II Congresso realizado em Londres entre 29 de novembro e 8 de dezembro de 1847. Iniciava-se, portanto, uma nova linha política proletária como fruto de uma profunda análise científica da sociedade, colocando-se à frente nas discussões internas do movimento. Marx e Engels chegaram à conclusão de que a forma de “manifesto” seria a mais adequada à situação e aos objetivos da luta. À época, uma onda de rebeliões populares tomava a Europa no movimento revolucionário conhecido como Primavera dos Povos.
O Manifesto Comunista, por sua vez, é fruto de uma análise científica, baseada no materialismo histórico dialético, contrapondo a visão idealista e utópica. É através de uma profunda análise do desenvolvimento da sociedade e da luta de classes que Marx e Engels destacam o papel revolucionário histórico universal do proletariado, o único capaz de erigir uma sociedade nova, a sociedade comunista.