De meados do Século XIX até o final da II Guerra Mundial, o imperialismo britânico e francês controlava militarmente grandes porções do mundo. A França tinha forte presença sobre as regiões setentrionais da África. No deserto onde atualmente é a Argélia, viviam cerca de 8 milhões de habitantes, somados a 900 mil colonos franceses.
Ao longo das décadas de 1950, motivados pelo enfraquecimento do imperialismo, uma série de movimentos de libertação tomaram conta das colônias europeias da África e Ásia. Em 1954 foi criada a Frente de Libertação Nacional, na Argélia, que iniciou uma violenta guerra de independência, com sabotagens e atentados no campo e na cidade. Três anos mais tarde, o movimento operário organizaria a Greve de Oito Dias, e seria desencadeada a Batalha de Argel.
A batalha foi fortemente reprimida. Oito mil paraquedistas franceses foram enviados para o deserto. Entretanto, as lutas travadas contra o imperialismo fizeram finalmente a França recuar, e permitir a constituição de um país independente, a Argélia. A própria Batalha de Argel inspiraria um filme clássico, com o mesmo nome, em 1966.
Trata-se de mais um exemplo revolucionário, entre os tantos movimentos de libertação nacional que se formaram durante o pós-guerra. A burguesia procura retratar estes episódios como acordos pacíficos firmados graças à benevolência de uma Europa e uma ONU que queriam levavam a “civilização,” a “democracia,” o “progresso” e os “valores republicanos.”
Mas o fato é que os séculos de imperialismo e colonialismo sobre o hemisfério sul causaram profundas feridas. Deixaram regiões e continentes inteiros desagregados e na miséria. Trouxeram seus habitantes, na forma da imigração, para serem tratados como cidadãos de segunda classe nos países centrais. É por este lastro de exploração que os movimentos travaram e continuam travando suas lutas, até que a organização coletiva da classe trabalhadora coloque abaixo a completamente a exploração capitalista.