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19 de fevereiro de 1896: nasce André Breton, militante trotskista e ideólogo do movimento surrealista

“(…) ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita “pura” (…). Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.”
André Breton (1929)

André Breton, escritor francês, poeta e líder do Movimento Surrealista na literatura e na arte, nasceu em Tinchebray, Orne, França, no dia 19 de fevereiro de 1896.

Jacques Vaché

Cursou medicina e, em 1915, convocado a servir no centro neuropsiquiátrico de Nantes, conheceu o escritor e desenhista francês, Jacques Vaché (1895-1919), influência definitiva em sua formação artística, incluindo o desprezo radical às convenções sociais e literárias.

Influenciado também pela teoria freudiana das associações espontâneas como revelação do inconsciente, participa do movimento Dadaísta, influências importantes na formação de sua estética surrealista.

Em 1919, junto com os poetas Louis Aragon (1897-1982) e Philippe Soupault (1897-1990), lançou a revista “Littérature” (Literatura), precursora do movimento surrealista.

 

Philippe Soupault
Louis Aragon e André Breton
capa da Littérature

 

Publica seu primeiro livro, Mont-de-Pieté, coletânea de seus primeiros poemas.

Em 1920, publica Les Champs Magnétiques, com a colaboração de Philippe Soupault, em que a nova estética surrealista se apresenta.

 

 

 

 

 

Em 1924, após romper com Tristan Tzara (1896-1963), um dos iniciadores do Dadaísmo, escreve o texto fundamental do novo movimento, O Manifesto do Surrealismo, e lança a revista Revolução Surrealista, onde reivindica uma nova forma de pensar, que devia abolir a ditadura exclusiva da lógica e da moral. Assim, pregava a liberdade total da imaginação como base para a liberdade total do ser humano.

O Movimento Surrealista, segundo Breton, girava em torno de três ideias básicas: o amor, a liberdade e a poesia.

Em 1927, ingressou no Partido Comunista, inspirado na ideia de “mudar de vida”, de Arthur Rimbaud (1854-1891), e de “transformar o mundo”, de Karl Marx (1818-1883).

Com meu Amigo Chagal

Em 1930, lança o segundo manifesto surrealista, como resposta à vontade de inserir o Surrealismo em uma coordenada política e revolucionária, o que causou grandes deserções no grupo.

Entre 1930 e 1933, editou O Surrealismo a Serviço da Revolução, ligando a atividade criadora e a luta política do Partido Comunista.

Em 1935, rompeu com o Partido Comunista.

 

Em 1938, em uma missão cultural no México, conheceu Leon Trótsky (1879-1940), a cujas ideias responde o manifesto A Favor de uma Arte Revolucionária Independente, escrito com Diego Rivera (1886-1957)  e que objetivava criar uma federação internacional de arte revolucionária e independente.

André Breton, Diego Rivera e Trotsky
Trotsky, Diego Rivera e André Breton

 

 

 

 

 

 

 

 

Ideólogo de uma vanguarda artística, André Breton foi também parte da vanguarda política de sua época. Foi um militante trotskista e mais que produzir um manifesto por uma arte independente, atuou fazendo e incentivando a arte independente, revolucionária. Não é por outro motivo que tem é perseguido politicamente.

Em 1941, asila-se nos Estados Unidos, fugindo às pressões do governo de Vichy*.

Em 1946, retornou à França e dedicou-se a promover o Surrealismo por meio de exposições, de publicações de revistas e da realização de debates públicos.

Nesse momento, a oposição ao realismo imperante na literatura, no que se destacava Albert Camus (1913-1960), é o principal foco de Breton.

Em 28 de setembro de 1966, falece em Paris.

Morreu convencido do caráter revolucionário do Movimento Surrealista, contra os dogmas do gosto e da moral social, que apontava como repressiva.

Para saber mais, assista à palestra de Rui Costa Pimenta:

Palesta-debate: O Manifesto da FIARI por Rui Costa Pimenta

*A França de Vichy, nome comum do Estado Francês liderado pelo Marechal Philippe Pétain, durante a Segunda Guerra Mundial, após as tropas alemãs derrotarem as forças franco-britânicas, em junho de 1940, provocando a baixa de Paul Reynaud em 16 de Junho. Representa a “zona livre”, desocupada na parte sul da França metropolitana e o império.

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