Diante do sucateamento do setor de saúde pública, o destino da população que depende dos serviços do governo, pode ser: morrer esperando atendimento ou morrer por não haver atendimento. Nessa quarta-feira (03), a Fundação Altino Ventura cancelou ao menos 1400 cirurgias marcadas, por falta de médico anestesista.
Segundo as informações divulgadas, a cooperativa responsável pela prestação de serviços estaria a meses sem receber verba para pagamento dos profissionais; verba esta que deveria vir do Governo do Estado. A situação do hospital está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco. De acordo com a promotora de defesa da saúde do MPPE, Ivana Boteho, os repasses para o pagamento de salários dos anestesistas, cuja responsabilidade é do Governo, estavam atrasados. Por conseguinte, a promotora afirmou que o dinheiro fora depositado e que se deve respeitar o prazo para que o hospital volte à normalidade. Em contrapartida, a Fundação negou que tenha recebido o dinheiro e disse que vem tentando arrecadar fundos para resolver essa situação calamitosa.
É preciso deixar claro que, no decurso do aprofundamento da crise – provocada pela direita golpista, os setores prioritários para a população, sobretudo as mais pobres, sofreram uma austeridade sem limites; tudo para garantir os lucros exorbitantes dos planos de saúde e dos hospitais particulares. Para pagar a conta do golpe, a socialização das mazelas é imposta à população; todavia, na arrecadação das enormes somas de capital repassadas para os capitalistas donos dos conglomerados hospitalares, os CPFs beneficiados são limitados a um pequeno grupo de espoliadores que, gozam de benefícios – garantidos pela camarilha que compõe as tribunas do congresso, à custa da vida da classe trabalhadora.