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13 artistas que foram reprimidos ou censurados pela ditadura militar de 64

A ditadura militar iniciada no Brasil por meio de um golpe em 1964 foi marcada por censuras, prisões arbitrárias, torturas e assassinatos contra aquelas pessoas classificadas pelo regime como “ameaça comunista”. Desde militantes, atores, músicos e poetas que protestavam contra a ditadura até militares que não concordavam com o golpe eram mortos ou capturados para serem jogados e torturados nos porões do DOPS ou do DOI-CODI.

Apesar de toda a censura, as pessoas encontravam um jeito de se expressar. Veja a seguir uma lista com 13 artistas reprimidos ou censurados pela ditadura militar de 64:

1- Glauber Rocha

Glauber Rocha foi um grande diretor do cinema brasileiro e um dos grandes nomes do movimento conhecido como Cinema Novo, realizou obras com reconhecimento internacional, como Deus e o Diabo na Terra do Sol, que fala sobre o cangaço e o sertão nordestino, e Terra em Transe, um filme político em plena ditadura militar no qual são expostas diversas visões políticas da época e é retratada a luta política entre diversas classes sociais.

Em novembro de 1965, Glauber Rocha e outros intelectuais foram presos por estarem participando de um protesto contra a ditadura militar que acontecia durante uma conferência da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Rio de Janeiro, mas foram soltos por conta da repercussão internacional de suas prisões. Glauber se exilou em Nova Iorque em 1971 por conta do aumento da repressão durante o governo de Médici, voltando ao Brasil em 1976.

2- Antônio Callado

Antônio Carlos Callado foi um jornalista e escritor. Entre seus livros mais importantes, estão Quarup (1967), Bar Don Juan(1971), Reflexos do baile (1976), Sempreviva (1981), que apresentam um retrato do Brasil durante a ditadura militar. Callado foi preso duas vezes: uma em 1965, numa manifestação contra a ditadura militar que acontecia durante uma conferência da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Rio de Janeiro, e outra em 1968, após o fechamento do Congresso com o AI-5.

3- Joaquim Pedro de Andrade

Joaquim Pedro de Andrade foi um cineasta carioca que foi preso em 1965 quando participava de uma manifestação contra a ditadura militar que acontecia durante uma conferência da OEA, no Rio de Janeiro. Suas filmagens mais famosas são Macunaíma (1969), inspirado na obra de Mário de Andrade, e Os Inconfidentes (1972), inspirado na Inconfidência Mineira de 1789, dois filmes críticos à ditadura.

4- Mário Carneiro

Mário Carneiro foi um famoso fotógrafo do Cinema Novo, preso em 1965 num protesto contra a ditadura militar que acontecia durante uma conferência OEA, no Rio de Janeiro. Entre os clássicos do cinema nacional que ele fotografou estão Arraial do Cabo (1959), Porto das Caixas (1961), O Padre e a Moça (1965), Capitu (1968) e O Viajante (1999).

5- Carlos Heitor Cony

Carlos Heitor Cony foi jornalista e escritor, preso várias vezes durante a ditadura militar por conta das suas denúncias ao regime no jornal Correio da Manhã, do qual se demitiu por conta da pressão causada pela sua oposição à ditadura. Cony se exilou em Cuba em 1967, voltando ao Brasil um ano depois.

6- Márcio Moreira Alves

Márcio Moreira Alves foi um jornalista carioca que no início apoiou o golpe militar, mas logo após o AI-1 se arrependeu e começou a denunciar as torturas contra os oposicionistas da ditadura militar. Político extremamente moderado, Moreira Alves fazia discursos na Câmara denunciando os horrores da ditadura, o que fez com que tentassem cassar o seu mandato como deputado federal, sendo sua recusa em se calar um dos estopins que gerou a promulgação do AI-5. Exilou-se em 1968 e voltou com a anistia, em 1979.

7- Flávio Rangel

Flávio Rangel foi um diretor teatral e jornalista, foi preso durante uma manifestação durante a ditadura militar em 1965 que acontecia durante uma conferência da golpista OEA, no Rio de Janeiro. Rangel começou a escrever em 1969 para o Pasquim, famoso semanário conhecido pela sua oposição à ditadura, e foi novamente preso no ano seguinte.

Entre 1978 e 1984 escreveu crônicas para a Folha de S. Paulo, criticando novamente a ditadura militar, suas crônicas estão reunidas nas obras Seria Cômico se Não Fosse Trágico, A Praça dos Sem Poderes, Os Prezados Leitores e Diário do Brasil.

8- Caetano Veloso

Caetano Veloso é um cantor e compositor que foi censurado várias vezes durante a ditadura militar. Foi precursor do movimento tropicalista, denunciando a repressão por meio de suas músicas. Caetano se exilou junto com Gilberto Gil em 1970, em Londres, voltando no ano seguinte para assistir à missa pelos quarenta anos de casamento de seus pais, mas foi preso e intimidado a escrever uma canção elogiando a rodovia Transamazônica, então em construção.

Caetano compôs canções de protesto como Alegria, Alegria (1967), É Proibido Proibir (1968) e Tropicália (1968), grandes sucessos até hoje.

9- Gilberto Gil

Gilberto Gil é um cantor, compositor e precursor do movimento Tropicalista brasileiro, foi censurado e preso pela ditadura militar e se exilou com Caetano Veloso em 1969, voltando ao Brasil em 1972.

Gil compôs junto com Chico Buarque a música de protesto Cálice (1973), uma das mais famosas durante a ditadura que, por conta da censura, só pode ser divulgada cinco anos depois de sua gravação.

10- Paulo Coelho

O escritor Paulo Coelho foi um dos torturados pela ditadura militar, seu apartamento foi invadido e ele foi levado ao DOPS, onde foi interrogado e fotografado. Paulo, que na época era compositor, foi então liberado e logo em seguida capturado novamente, preso e torturado por conta da música que escreveu com Raul Seixas, Sociedade Alternativa.

11- Milton Nascimento

O cantor e compositor Milton Nascimento por diversas vezes denunciou casos de racismo durante a ditadura militar, sendo intimado a retirar as queixas porque aquilo arruinava a imagem que o regime queria passar, a de que no Brasil não havia racismo. Milton também foi obrigado a não ver seu filho por 20 anos porque estavam ameaçando o garoto de morte.

O álbum Milagre dos Peixes de Milton foi quase que inteiramente censurado, fazendo com que ele lançasse o álbum apenas com as melodias, sem nenhuma letra.

12- Chico Buarque

Chico Buarque é um cantor, compositor e um dos precursores do movimento Tropicalista, escreveu a famosa peça O Rei da Vela, que teve seus atores espancados em uma das primeiras exibições. Chico se exilou na Itália logo após a promulgação do AI-5, voltando em 1970, quando escreveu e interpretou canções famosas de protesto como Apesar de Você (1970) e Cálice (1973), que foram censuradas.

13- Geraldo Vandré

Geralo Vandré é um cantor e compositor que fez grande sucesso durante a ditadura militar, principalmente com a música Pra não dizer que não falei das flores (1968), também conhecida como Caminhando, que virou um dos grandes gritos de protesto contra a ditadura. Vandré se exilou no Chile logo após a promulgação do AI-5, voltando ao Brasil em 1973.

O último dia 31 de março foi marcado por vários atos de repúdio contra a decisão do fascista Jair Bolsonaro de comemorar o início de um regime de repressão que durou 21 anos, esquartejou a liberdade de expressão, calando e oprimindo qualquer opinião contrária ao golpe. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula! Não à ditadura militar!

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