A Segunda Guerra Mundial desestabilizou a dominação de países imperialistas, mundialmente, abrindo espaço para diversos movimentos de libertação nacional. Um dos que provocava especial preocupação da burguesia internacional se organizava na Iugoslávia, região geopolítica muito importante, fronteiriça entre Europa, União Soviética, Oriente Médio e África.
Josip Broz Tito era um jovem sargento do Exército austro-húngaro, que chegou a ser capturado pelas tropas imperiais da Rússia e participar da Revolução de 1917. Com a dissolução do importante Império Austro-Húngaro, no ano seguinte, Tito retorna ao recém formado Reino da Iugoslávia, filiando-se ao Partido Comunista daquele país (KPJ). A situação política no entre-guerras continua tensa, e Tito se torna um dos líderes dos Partigianos, um importante movimento de resistência contra o fascismo e o nazismo.
Com a derrota do “Eixo”, os partigianos avançam para derrubar a monarquia, que era apoiadora do fascismo. Esta se exila na Inglaterra e recebe o reconhecimento dos países Aliados, demonstrando o quanto os capitalistas internacionais preferem se aliar a forças reacionárias do que permitir o avanço da classe trabalhadora ao poder. Em 1945, o Conselho de Libertação Antifascista já era reconhecidamente o principal poder no país, e a Europa foi obrigada a reconhecer a República Democrática da Iugoslávia, com Tito no posto de Primeiro-Ministro.
Tito organizou o Exército Popular da Iugoslávia, que chegou a ser o terceiro mais poderoso da Europa, e o governo revolucionário seguiu prendendo diversos colaboradores do nazismo no país, inclusive na Igreja Católica. Esta força crescente também incomodou o regime stalinista na União Soviética. As animosidades entre os países só começaram a diminuir após 1953, com a morte de Stalin. Naquele mesmo ano, o país foi rebatizado para República Socialista Federativa da Iugoslávia, empossando Tito como seu primeiro presidente, no dia 14 de Janeiro.
Tito governou o país até sua morte, em 1980, tendo sido responsável pela unificação das diferentes nacionalidades do país. Sua política econômica foi controversa, manteve a condição de Estado Operário adotando vários acordos com o imperialismo e sem grande ajuda da União Soviética.
A Iugoslávia, assim como outros países do Leste Europeu, permaneceu como um Estado Operário até a década de 1990, quando a derrubada da União Soviética acabou desorganizando uma série de países socialistas. Uma guerra fratricida entre os povos croatas, macedônios, sérvios entre outros passa a ser incentivada pelo imperialismo, visando desorganizar este importante país e fatiar o poder entre pequenas repúblicas empobrecidas. Com a ajuda da OTAN, a República Socialista da Iugoslávia acaba sendo fatiada em Croácia, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Macedônia, Kosovo e Montenegro.