Em 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela, líder do Congresso Nacional Africano (CNA), que ficou 27 anos preso, foi libertado da prisão. Sua libertação da prisão de Victor Verster aconteceu sob intensa pressão popular, o regime percebeu que sua situação tinha se tornado insustentável.
Em 26 de junho de 1955 em Kliptown, com a presença de três mil delegados, foi redigida a carta da liberdade no congresso nacional africano. Essa carta inspirou milhares de militantes que deram suas vidas por essa causa. A carta exigia uma série de reivindicações como: presença de direitos democráticos, partilha da riqueza, fim da desigualdade social brutal, reforma agrária e fim do apartheid.
O próprio Nelson Mandela em carta aos militantes dizia que o objetivo do congresso nacional africano era nacionalizar as minas, os bancos e as indústrias e fortalecer o povo negro. Ou seja, a carta da liberdade colocava no horizonte da luta nada mais nada menos que a revolução.
No entanto a carta da liberdade, esse documento revolucionário, não foi implementado pelo governo de Nelson Mandela. A revolução foi traída. Mandela levou adiante um governo de frente popular com a antiga classe dominante do país. O governo teve de se submeter aos bancos internacionais e ao fundo monetário internacional (FMI) em detrimento dos interesses dos trabalhadores e das classes oprimidas do país.