Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Dia de Hoje na História

Enver Hoxha e a revolução na Albânia

Enver Hoxha (16/10/1908 - 11/04/1985), líder da revolução que expulsou os nazistas da Albânia, passou a defender, posteriormente, uma política fortemente sectária e isolacionista

Há exatos 35 anos, devido a uma série de problemas cardiovasculares associados ao diabetes, morria Enver Halil Hoxha, principal liderança da história moderna da esquerda albanesa. Fundador do Partido Comunista da Albânia — que seria renomeado, por recomendação de Josef Stalin, de Partido do Trabalho da Albânia (PPSH) —, Hoxha participou de uma série de eventos decisivos para o povo albanês: liderou uma revolução, tornou-se o primeiro-ministro da República Popular da Albânia e foi o principal responsável pela aplicação de uma política desastrosa e extremamente isolacionista que terminaria por estrangular o processo revolucionário em seu país.

Início da vida

Filho de muçulmanos, Enver Hoxha nasceu em 1908 na cidade de Ergiri, hoje denominada como Gjirokastër, localizada no sul da Albânia. Abandonado pelo pai, que migrou para os Estados Unidos por razões de seu trabalho como comerciante de roupas, Enver foi fortemente influenciado, no início de sua juventude, pelo seu tio, Hysen Hoxha, ateu e ex-membro do extinto movimento nacionalista Liga de Prizren.

Mapa 1: A Albânia hoje é dividida em 12 qark. Em vermelho, encontra-se o qark de Gjirokastër. Em verde, o qark de Korçë. Em amarelo, o qark de Tirana, onde fica a capital, de mesmo nome..

No momento em que Enver Hoxha veio ao mundo, a Rússia já havia passado por sua primeira revolução (1905), e Vladimir Lênin, que viria a dirigir a revolução de outubro de 1917, já havia completado 38 anos. A Albânia, por sua vez, estava travando uma luta de características nacionalistas pela independência frente ao Império Otomano (c. 1299 – 1922), que já estava em seu período de dissolução e era conhecido como o homem doente da Europa. Entre 1910 e 1912, uma série de revoltas armadas, lideradas por albaneses como Isa Boletini, Idriz Seferi e Sokol Baci Ivezaj, praticamente liquidaram a dominação otomana. Enfim, em 28 de novembro de 1912, em meio à Guerra dos Bálcãs, o nacionalista Ismail Qemali viria a declarar a independência do país, marcando o desfecho do período que ficou conhecido como o Renascimento Nacional da Albânia (c. 1870-1912).

Mapa 2: Extensão territorial do Império Otomano em 1672, 1829, 1912 e 1913.
Foto 1: Líderes da luta pela independência da Albânia. À esquerda, Isa Boletin. À direita, Skol Baci.

Em pouco tempo, o país seria invadido por gregos e montenegrinos e a Albânia viveria uma enorme instabilidade, marcada pela ingerência dos países imperialistas durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mesmo assim, a Albânia continuou sendo uma monarquia constitucional formalmente independente.

Mapa 3: Região dos Bálcãs, onde ficam os países vizinhos da Albânia.

Nem a independência da Albânia, nem as três revoluções russas, nem a Primeira Guerra Mundial, foram, portanto, acompanhadas de perto — isto é, de um ponto de vista militante — por Enver Hoxha. As primeiras notícias sobre a atividade política do futuro primeiro-ministro apontam para o ano de 1924, quando ajuda a fundar a Sociedade dos Estudantes de Gjirokastër, um movimento contrário à monarquia albanesa. Naquele mesmo ano, aconteceu a revolução burguesa de junho, em que um movimento nacionalista, sob a liderança do bispo Theofan Noli e apoiado sobretudo nas massas camponesas, derrubou o jovem senhor feudal Ahmet Zog, que ocupava o cargo de primeiro-ministro da monarquia. Theofan Noli, que já havia estabelecido uma relação com a Terceira Internacional, defendia a abolição do feudalismo, a resistência à dominação italiana e um governo constitucional ao estilo europeu. Como parte do seu programa, constava a redução da burocracia monarquista, vários auxílios aos camponeses, a abertura para investimentos estrangeiros e melhoras na saúde pública e na infraestrutura

Foto 2: Líder da revolução burguesa de junho Theofan Noli.

Em menos de seis meses, na noite de natal de 1924, Ahmet Zog organizou um bem-sucedido golpe de Estado e, com o apoio das forças iugoslavas e dos contrarrevolucionários do Exército Branco, derrubou Theofan Noli, que havia se estabelecido como primeiro-ministro e regente. A revolução de junho, no entanto, causou um enorme impasse no regime, de modo que os apoiadores de Zog não vinham mais condições de restaurar a monarquia.  Em janeiro de 1925, o Zog convocou o parlamento e, por meio de um acordo, pôs fim ao Principado da Albânia. Foi proclamada, então, a República da Albânia, e Zog, eleito, pelo próprio parlamento, seu presidente.

Foto 3: Ahmet Zog.

Após o golpe, Noli e seus apoiadores estabeleceram, em Viena (Áustria) o Comitê Revolucionário Nacional (Konare). O comitê, que duraria até o início da década de 1930, permitiu que o grupo liderado por Noli estabelecesse uma série de relações com a União Soviética, chegando a enviar albaneses para estudar no país. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, vários outros países da região dos Bálcãs, como a Grécia, a Bulgária e a Iugoslávia, já haviam formado seus próprios partidos comunistas.

Contato com o marxismo

Em meio a esses conflitos, a Sociedade dos Estudantes de Gjirokastër acabou sendo fechada pelo regime e Enver Hoxha decidiu deixar a cidade. Migrou então para Korçë, situada no sudeste albanês (ver Mapa 1), próxima à fronteira com a Grécia, onde Hoxha iria estudar a literatura e a filosofia francesa. Foi nessa época em que entrou em contato, pela primeira vez, com o Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels.

Em 1930, aos 22 anos, ao receber uma bolsa para continuar seus estudos em ciências naturais na Universidade de Montpellier, na França, Enver Hoxha decide sair da Albânia. Hoxha, no entanto, iria abandonar a universidade e estudar filosofia e direito, por um período, em Paris. O albanês não chegaria a concluir seus estudos formais.

O período em que Hoxha esteve na França seria decisiva para a sua formação — pela primeira vez, se deparou com um movimento comunista ativo. Durante sua estadia, Hoxha leu obras como O Capital (Marx) e Anti-Dühring (Engels) e colaborou, sob o pseudônimo de Lulo Malësori, com o periódico L’Humanité, escrevendo artigos sobre a situação da Albânia. Hoxha chegou ainda a trabalhar durante dois anos em Bruxelas (Bélgica), no consulado albanês.

Na França, Enver Hoxha participou também do Grupo Comunista Albanês, organizado por Llazar Fundo, que fora seu professor de direito. Fundo foi uma das mais importantes figuras da esquerda albanesa da década de 1920, tendo participado ativamente da revolução de junho. Membro do Konare e da Terceira Internacional, se dedicou, entre outras coisas, a organizar os voluntários albaneses para lutarem na guerra civil espanhola. Na segunda metade da década de 1930, iria elaborar uma série de críticas a Stalin, o que lhe rendeu a expulsão da Terceira Internacional. A história mostraria, contudo, que Hoxha não só não concordava com as críticas de Llazar Fundo a Stalin, como iria ordenar, em 1944, a sua execução pelo crime de trotskismo.

Foto 4: Llazar Fundo

O período em que Enver Hoxha amadurece seus conhecimentos sobre o marxismo é justamente o período em que a Terceira Internacional caía nas mãos da burocracia stalinista e se tornou, portanto, uma organização contrarrevolucionária. Enquanto nascia a primeira República Albanesa, morria Lênin e o triunvirato Stalin-Kamenev-Zinoviev procurava anular completamente a influência de Trótski na União Soviética. Enquanto o jovem Enver Hoxha começava a se debruçar sobre a literatura marxista na França, a burocracia stalinista jogava a classe operária francesa nas mãos dos seus piores inimigos por meio da política da frente popular.

Em 1936, Enver Hoxha, agora com 28 anos, voltava para a Albânia.

Uma república refém de Mussolini

Quando Hoxha retorna à Albânia, encontra, no poder, a mesma pessoa que já estava lá há uma década: Ahmet Zog. “Eleito” para o primeiro mandato presidencial da história albanesa, de duração de sete anos, Zog combinou uma série de reformas de transição capitalista com medidas bonapartistas: impôs a censura, cassou partidos de oposição e podia indicar até um terço do Senado. Dentre as iniciativas de tipo capitalista, podemos destacar a criação de uma moeda nacional albanesa e os incentivos a empreendimentos da indústria e da construção civil.

Desde o início de seu governo, Zog estabelecido uma série de relações com a Itália fascista, governada por Benito Mussolini, enterrando, de vez, qualquer plano de independência real da Albânia em relação aos países imperialistas.

Mapa 4: Posição da Itália em relação à Albânia.

Logo em 1925, foi criado o Banco Nacional da Albânia. A recém-fundada República, no entanto, só tinha 49% das suas ações — os outros 51% foram passados à Itália fascista. No mesmo ano, foi criada a Sociedade para o Desenvolvimento Econômico da Albânia, que servia para que a Itália repassasse empréstimos à nova República, na condição de que os banqueiros italianos determinassem no que o dinheiro seria gasto. Empréstimos anuais de dezenas de milhões de francos eram contraídos pela Albânia, com juros de 7,5%, o que podia chegar a comprometer um terço de todo o orçamento do Estado. Segundo documentos da época, boa parte desses empréstimos foram empregados em infraestrutura para o Exército da Itália e em construções luxuosas para os membros da burocracia que comandava ambos os países.

Além dos empréstimos, que possibilitariam desenvolver a economia albanesa — a grande custo —, o rompimento de acordos feitos entre Zog e a Iugoslávia, que lhe ajudaram a dar o golpe de 1924, obrigou o presidente albanês a procurar, nas suas relações com a ditadura fascista, maior proteção diante de qualquer retaliação de seus vizinhos. Em 1926 e em 1927, Albânia e Itália assinaram dois tratados — conhecidos como Tratados de Tirana — que permitiam a ingerência italiana em troca de proteção militar aos albaneses.

Buscando eliminar as contradições internas e permitir que a Albânia seguisse sob seu domínio, em 1928, no terceiro ano do mandato presidencial de Zog, Benito Mussolini apoiou o retorno ao país à monarquia. Mais uma vez, foi o próprio Ahmet Zog quem comandou a mudança de regime, fechando o parlamento e se autodeclarando Zog I, rei da Albânia, com mandato supostamente vitalício. Tinha início, assim, o Reino da Albânia, que era considerado um protetorado de facto da Itália.

Um ano depois, veio a crise de 1929. E se, naquela época, a Albânia já era o país mais pobre da Europa, suas contradições internas se acentuaram ainda mais. Com isso, ficaria ainda mais difícil sustentar um regime que destinava grande parte de sua produção às aves de rapina do fascismo italiano.

Em 1931, Zog I pediu um empréstimo de 100 milhões de francos à Sociedade para o Desenvolvimento Econômico da Albânia, que foi atendido. No mesmo ano, porém, a Albânia se recusou a renovar o Tratado de Tirana e começou a estabelecer relações com as Forças Armadas da Grã-Bretanha. Em 1932 e 1933, Zog I se recusou a pagar as dívidas contraídas junto aos banqueiros italianos. Mussolini, em reação, exigiu que a Albânia tomasse uma série de medidas que visavam a ingerência total sobre o território albanês, como o controle do açúcar e dos meios de comunicação. Zog I, no entanto, se recusou a atendê-las, preferindo reduzir o orçamento nacional a se submeter às chantagens de Mussolini. Em 1934, Zog I assinou acordos comerciais com a Iugoslávia e a Grécia, contrariando pactos passados firmados com a Itália. A Albânia chegou a tentar estabelecer relações com a França e a Alemanha, mas não teve sucesso. Em 1935, no entanto, Zog I e Mussolini firmaram um novo acordo sobre a relação entre os dois países.

De acordo com o censo de 1930, a população da Albânia, no início da década de 1930, quando explodiu a crise financeira, era de aproximadamente 850 mil de habitantes, dos quais mais de 84% vivia no campo, o que caracteriza uma economia extremamente atrasada. Dentre os camponeses, ao menos 90% praticava a agricultura de subsistência. Até o ano de 1938, essa realidade não iria mudar minimamente.

Inteiramente dependente da agricultura, o Reino da Albânia foi ainda mais impactado quando, em meio à crise de 1929, o país foi atingido por uma forte seca em 1931. No ano seguinte, os albaneses estavam tendo de importar cerca de um terço de todo o trigo e milho consumidos. Entre 1935 e 1936, Zog I foi obrigado a distribuir alimentos para vários locais na Albânia.

A libertação nacional

Em 1939, três anos depois da chegada de Hoxha à Albânia, os conflitos entre os países imperialistas levariam à Segunda Guerra Mundial. Com o avanço da Alemanha Nazista sobre a Europa, a Itália Fascista se viu forçada a ocupar e anexar o território da Albânia, como forma de ampliar sua influência na região dos Bálcãs. Assim, no dia 7 de abril, diante da oposição de Zog I em entregar o poder aos italianos, as tropas de Benito Mussolini invadiram a Albânia e, sem grandes esforços — o rei era incapaz de organizar qualquer resistência —, assumiu seu controle. Com isso, o rei italiano Vitor Emanuel III tomou para si a coroa albanesa, e os italianos, com o apoio do covarde parlamento albanês, impuseram o conservador Shefqet Verlac como primeiro-ministro. Zog I e sua família fugiram para a Grécia e, posteriormente, para a Grã-Bretanha.

Logo após a ocupação italiana, Enver Hoxha perdeu seu cargo de professor de gramática, pois se recusou a se filiar ao Partido Fascista Albanês. Dois anos depois, Hoxha participaria da fundação do Partido Comunista da Albânia, que foi acompanhada por dois militantes iugoslavos designados pelo Marechal Tito. O Partido Comunista da Iugoslávia já existia desde 1919 e, por sua experiência, se propôs a reunir os diversos agrupamentos e militantes avulsos da esquerda albanesa para fundar o partido naquele país. Na própria fundação, Hoxha foi um dos sete escolhidos para o Comitê Central do partido. Desde então, já estava claro para Hoxha, bem como os demais membros do recém-fundado partido, que a tarefa da esquerda albanesa era a de expulsar os fascistas italianos de seu território.

Ilustração 1: Fundação do Partido Comunista da Albânia, em 1941.

Nesse sentido, a política do Partido Comunista da Albânia acompanhava a fortíssima tendência dos trabalhadores a partirem para o enfrentamento com as ditaduras fascistas. No período anterior, especialmente nos casos da Itália e da Alemanha, os partidos socialistas, por sua profunda integração ao regime político, e os partidos comunistas, pela orientação criminosa da burocracia stalinista, se mostraram incapazes de formular uma política centrada na mobilização dos trabalhadores, entregando à extrema-direita o destino dos trabalhadores. A experiência com o fracasso da política social-democrata e da política stalinista, que levaram a dolorosas derrotas da classe operária perante o fascismo, e o acirramento da luta de classes causado pela guerra, no entanto, levariam os trabalhadores a superarem vários entraves históricos.

Em sua obra Estabelecendo as bases da Nova Albânia, publicada em 1984, Enver Hoxha, analisando os acontecimentos durante o Segunda Guerra Mundial, fez as seguintes considerações sobre a construção do partido:

Sem as pessoas, sem as massas, um partido comunista, seja ele recentemente formado ou com um longo período de existência e atividade, não terá qualquer êxito. Nós, comunistas albaneses, entendemos esse axioma do Marxismo-Leninismo. O que tornou nosso trabalho difícil foi o fato de que, nas graves condições de ocupação e terror, tivemos de agir antes de a revolta tomar conta, de modo a ganhar o povo para a nossa causa, organizá-lo e liderá-lo em um tempo em que nós também tínhamos de organizar a nós mesmos, para construir e preparar o Partido e para prová-lo, na luta, sua capacidade, sua confiabilidade e sua liderança insubstituível.

Isso era algo sem precedentes na história, mas, como se diz, esse era nosso “destino”. Se nós tivéssemos esperado até o Partido ter sido construído, fortalecido e estendido a todas as partes do país, se nós tivéssemos trabalhado apenas “dentro do Partido” e só então tivéssemos nos dirigido ao povo como nosso programa de luta, teria havido uma catástrofe, não apenas para o Partido, mas também para o destino das pessoas e para nosso país. Assim, conscientes da situação pela qual estávamos passando, nós não esperamos. Nós fomos diretos para a ação, encarando todas as tarefas de uma só vez, incluindo a de tornar as pessoas conscientes de nosso programa e de uni-las em uma frente de luta que rapidamente teria o nome de Frente de Libertação Nacional.

Em julho de 1942, quando a Alemanha Nazista começava a invadir a União Soviética, Hoxha escreveu um importante documento destinado aos camponeses, intitulado Chamado aos camponeses albaneses. No texto, Hoxha apresenta a ilusão, propagandeada pela burocracia stalinista, de que os países ditos democráticos, seriam aliados na luta contra o fascismo:

De um lado, as forças das trevas, as forças fascistas predatórias e com as mãos sujas de sangue, estão tentando escravizar o mundo, para sangrar os povos, e do outro lado, as forças do progresso, as forças da liberdade, lideradas pelo povo heroico da União Soviética, com o apoio dos povos democráticos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos e de todo o povo escravizado, estão controlando o impulso das sangrentas hordas fascistas e estão dia após dia se preparando para enterrá-las.

Quatro anos antes, no Programa de Transição, o revolucionário ucraniano Leon Trótski, em sua luta contra a burocracia soviética, já havia alertado para o fato de que a posição da classe operária em relação à guerra deveria ser a de independência total do imperialismo:

Uma política correta compreende dois elementos: uma atitude intransigente quanto ao imperialismo e suas guerras e uma aptidão em se apoiar sobre a experiência das próprias massas.

O debate apresentado por Trótski, contudo, era ardilosamente ocultado pela burocracia stalinista, que, na direção da Terceira Internacional, elaborava teses mirabolantes para defender suas posições contrarrevolucionárias, impedindo que os partidos comunistas em todo o mundo avaliassem os acontecimentos contemporâneos — surgimento do fascismo e das frentes populares — de um ponto de vista preciso. O documento Hoxha, no entanto, tem o mérito de convocar os camponeses para reagirem aos abusos da ocupação italiana:

Uma fome terrível ameaça nosso campesinato, portanto mantenham seus grãos para si e para suas próprias famílias, ajudem seus parentes e não paguem um único grão em dízimos ao governo ganancioso, que pretende apenas especular e vender para você, mais tarde, por um preço dez vezes maior. Unam-se em cada aldeia e uma aldeia com outra para defender pela força das armas seus grãos e frutos que o governo está procurando roubar de você.

Na época em que o documento foi difundido, o Partido Comunista da Albânia já estava organizando uma série de ações com o objetivo de desestabilizar a ocupação italiana. Divididos, em geral, em grupos de até 10 pessoas, esses grupos procuravam sabotar o funcionamento dos serviços essenciais do Estado albanês, chegando a interromper todo o serviço de telefone e de telégrafo na Albânia. Muitas das ações dos comunistas albaneses eram orientadas diretamente por militantes mais experientes da Iugoslávia.

No dia 16 de setembro de 1942, por meio da iniciativa dos comunistas albaneses, foi fundada, na Conferência de Pezë, a Frente de Libertação Nacional (LANÇ). O objetivo da frente era reunir todas as pessoas interessadas em combater a ocupação fascista da Albânia, independentemente de qualquer outro critério. Essa posição, defendida por Hoxha, foi criticada por alguns membros do Partido Comunista, que apontavam a possibilidade de traição por membros de outras organizações. Na prática, Hoxha estava defendendo a política de frente única contra o fascismo, proposta por Trótski desde as primeiras experiências que a classe operária teve com o caso italiano.

Foto 5: Casa em que aconteceu a Conferência de Pezë.

Em vários países, como no caso da Alemanha, o principal entrave para a frente única eram as divergências entre os partidos comunistas e os partidos sociais-democratas. A burocracia stalinista, que lutou incansavelmente para impedir a frente única, chegou a propor a “teoria” do social-fascismo — isto é, que a social-democracia e o fascismo seriam a mesma coisa. Esse conflito, no entanto, não estava colocado na Albânia, uma vez que não havia uma organização social-democrata relevante. No entanto, em novembro de 1942, dois meses depois da fundação da LANÇ, o escritor Midhat Frashëri, que participara ativamente do Renascimento Nacional da Albânia, fundou a Frente Nacional (Balli Kombëtar, mais conhecido como Balli). O grupo, que era formado por membros da burguesia agrária e por outros setores do nacionalismo albanês, também se dizia contrário à ocupação italiana da Albânia e tinha como lema Albânia para os albaneses, morte aos traidores. A maior parte de seus membros, contudo, incluindo Midhat Frashëri, se considerava anticomunista. Algumas tentativas foram feitas para unificar as frentes, mas todas foram abandonadas. Posteriormente, os supostos nacionalistas iriam se juntar aos nazistas.

No texto O PPSH foi formado em circunstâncias diferentes das dos demais partidos comunistas, Enver Hoxha faz as seguintes considerações sobre a Balli:

Durante a guerra, vimos a criação da organização da Balli Kombëtar, que representava a escória da Albânia, o estrato dos beis, a burguesia mercantilista, os traidores e Quislings. Era formada pelos elementos que teriam criado o seu próprio partido burguês antes, mas não puderam porque o regime de Zog I e, posteriormente, a ocupação fascista do país não permitiram que isso acontecesse.

Com o crescimento do Partido Comunista e a fundação da Frente de Libertação Nacional, começaram a tomar corpo os conselhos de libertação nacional. Em Estabelecendo as bases da Nova Albânia, Hoxha descreveria os conselhos da seguinte maneira:

Como todos sabem, as fundações do Estado Operário foram estabelecidas durante a guerra com os conselhos de libertação nacional, que foram uma nova forma de organização que o Partido concebeu como a mais adequada às necessidades de nosso país. Era uma antiga tradição de nossas vilas e regiões que, na falta de um poder centralizado, os mais problemas importantes desses locais deveriam ser discutidos em assembleias populares, e as decisões que eram tomadas se tornavam lei.

Na Conferência de Pezë, a Frente de Libertação Nacional elegeu um Conselho Provisório de Libertação Nacional, composto por sete pessoas, incluindo Enver Hoxha e mais dois membros do Partido Comunista. Esse conselho teria, entre suas atribuições, a tarefa de coordenar a atividade de todos os conselhos de libertação nacional e a de efetivamente tomar o poder quando as condições estivessem dadas.

Durante o ano de 1943, com avanço das lutas desenvolvidas pelos partisan — como eram chamados os membros da LANÇ —, foi se consolidando o Exército de Libertação Nacional. Em março do mesmo ano, Enver Hoxha, que já era o principal comandante da Frente de Libertação Nacional, foi alçado ao cargo de primeiro secretário do Partido Comunista. Em julho, se tornaria o Comissário Geral do Exército de Libertação Nacional, o mais alto comandante da força armada do movimento revolucionário albanês. Em setembro, quando Benito Mussolini já havia sido derrubado e a crise na Itália adquiria proporções colossais, as forças italianas se renderam e a Albânia deixou de fazer parte de seu reino. No entanto, isso não foi suficiente para que o povo albanês se libertasse do jugo imperialista.

Após a rendição italiana, a Alemanha Nazista invadiu o território albanês, que voltara a ser um reino independente — isto é, do ponto de vista formal. Nessas condições, Ahmet Zog foi cogitado a reassumir o trono albanês, mas Adolf Hitler fez outra escolha. Decidiu entregar o poder à Balli — com o cálculo de que a organização, que outrora pretendera resistir à ocupação italiana, teria melhores condições de reprimir a LANÇ. Em 28 de novembro de 1944, no entanto, a coligação entre os alemães e os traidores albaneses se rendeu à resistência comandada por Enver Hoxha.

Documentos da época informam que o Exército de Libertação Nacional contou com a participação de 70 mil pessoas, organizadas em 8 divisões e 25 brigadas. Em meio à resistência, 26 mil nazi-fascistas foram mortos, outros 21.245 foram feridos e 20.800 foram capturados. Ou seja, os 70 mil combatentes albaneses deixaram cerca de 70 mil nazi-fascistas fora de combate. Além disso, foram destruídos 2.100 tanques de guerra, carros e veículos militares, 216 depósitos militares e linhas telefônicas e oficinas dos nazistas.

Apesar da bravura do povo albanês, o país também registrou muitas perdas. Pelo 28 mil pessoas morreram, o que correspondeu a 2,48% da população na época — percentual que equivale ao triplo do registrado pela Grã Bretanha durante a Segunda Guerra. Além disso, cerca de 1,1% da população foi ferida durante a ocupação nazi-fascista, o que corresponde ao quíntuplo da porcentagem registrada pela França e pela Grã Bretanha durante a guerra. Além disso, 36,14% das casas foram parcialmente ou totalmente destruídas.

Com a expulsão dos nazistas, foi estabelecido um governo interino, chefiado pelo próprio Enver Hoxha, e o rei Zog I foi definitivamente destronado. Em 2 de dezembro de 1945, foram realizadas as primeiras eleições após a guerra, sendo a Frente Democrática — novo nome para a Frente de Libertação Nacional — a única organização autorizada a participar da disputa. No dia 11 de janeiro de 1946, foi proclamada a República Popular da Albânia, tendo Enver Hoxha como seu secretário-geral.

O processo que levou à revolução expulsão dos invasores alemães e italianos foi descrito da seguinte maneira pelo próprio Enver Hoxha:

A revolução albanesa triunfou através da insurreição armada e da criação das forças armadas populares. Na primeira fase acentuaram-se as bases através de núcleos guerrilheiros, destacamentos e batalhões regulares, destacamentos voluntários, territórios de autodefesa, preparação moral e política das massas para a insurreição armada; na segunda fase, a luta transformou-se, através das condições objetivas, em uma insurreição popular geral, foi organizado um exército de libertação nacional; na terceira fase, a insurreição popular geral conduziu à expulsão dos ocupantes, à completa libertação do país, ao aniquilamento completo das forças armadas reacionárias, instrumento dos invasores e à completa destruição do aparato estatal dos ocupantes e dos traidores.

Início do governo

No discurso de Enver Hoxha, realizado no dia da rendição dos nazistas, o albanês deixou novamente clara sua posição em relação aos países do Bloco dos Aliados, refletindo a orientação stalinista, segundo a qual o grande inimigo da classe operária não seria o imperialismo de conjunto, mas sim o nazismo.

Nossa nação, pequena mas ininterrupta, expressa sua gratidão sem limites aos povos heroicos da União Soviética e ao glorioso Exército Vermelho. Nesta grande guerra, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos não cederam ao nazismo alemão; eles lutaram e estão lutando bravamente pela causa comum. A guerra terrestre, aérea e marítima, que está causando tanto dano à máquina de guerra alemã, é uma ajuda inestimável para o nosso povo. A abertura da segunda frente e o esmagamento da resistência alemã na França aceleram a vitória final.

De qualquer maneira, a vitória da Frente de Libertação Nacional contra os invasores acabou por liquidar completamente todos os regimes estabelecidos na Albânia até então: estavam dadas as condições para uma ditadura do povo albanês. Os nazistas alemães foram colocados para fora do território, assim como os fascistas italianos. O rei Zog I, que administrava o país antes da guerra havia castigado a população por meio de uma colaboração aberta com o imperialismo italiano. A débil burguesia albanesa, que era, em si, completamente dependente da burguesia italiana, não se opôs à ocupação estrangeira e colaborou com seus governos-fantoche. Nesse sentido, pode-se dizer que a vitória das tropas de Hoxha levou inevitavelmente a uma revolução e ao estabelecimento de um Estado Operário, formalmente declarado por meio da ditadura da Frente Democrática.

Em Estabelecendo as bases da Nova Albânia, Enver Hoxha detalha como o regime de Zog I já havia estabelecido as condições para a revolução:

O regime feudal de Zog I, com sua opressão, pobreza, fome, prisões e roubos, tinha enraivecido o povo e o enchido de ódio pelo regime, trazendo-o para o ponto da revolta. Precisamente quando essa revolta e esse ódio das massas estava se estabelecendo, a o golpe preparado por Zog I e pela burguesia feudal tornou a situação ainda mais insustentável. O ódio do povo e a luta entre os oprimidos e os opressores havia chegado a seu ápice.

Os primeiros anos após o fim da Segunda Guerra Mundial foram marcados por uma série de discussões entre as principais lideranças dos Estados Operários emergentes. Em pouco tempo, a classe operária tomou poder em países como a China (1949), Albânia (1944) e Iugoslávia (1945). Esses três países acabaram por adquirir uma posição de maior independência no bloco soviético, uma vez que, diferentemente dos países ocupados pelo Exército Vermelho, derrotaram o imperialismo com suas próprias forças.

Uma série de conflitos entre o Marechal Tito e Josef Stalin resultou na saída da Iugoslávia do bloco soviético em 1948. Enver Hoxha, alinhado a Stalin, de quem era grande admirador, terminou rompendo também com os iugoslavos, que foram, efetivamente, os grandes companheiros dos albaneses na luta contra as ocupações nazi-fascistas. Hoxha acusou Tito de querer anexar a Albânia à Iugoslávia e, também em 1948, expulsou os membros iugoslavos do Estado Operário albanês.

As acusações de traição e colaboração direta do Marechal Tito com o imperialismo são abundantes na obra de Enver Hoxha. Contudo, não há um debate político claro entre as posições de Tito e Hoxha. Chama particular atenção o fato de que Hoxha, em inúmeras vezes, ao se referir a Tito, o acusa de ser trotskista — termo utilizado pelo stalinismo para desqualificar e até mesmo incrimina seus adversário. Destacamos aqui uma passagem do Relatório do 1º Congresso do Partido Comunista da Albânia, que aconteceu em 22 de novembro de 1948:

Ambos diretamente e através da organização da reação dentro do país, através da prática da sabotagem, o imperialismo anglo-americano e o grupo trotskista de Tito têm se esforçado com todas as suas forças para separar a Albânia da União Soviética, para ofuscar o grande amor de nosso povo pela União Soviética, para minar nosso Partido e o poder de nosso povo, para escravizar nosso povo.

Em 1947, um evento interessante demonstra a aproximação de Hoxha e Stalin. Sob orientação do último, o albanês mudou o nome do Partido Comunista da Albânia para Partido do Trabalho da Albânia. A justificativa de Stalin, que estava completamente vinculada a “teoria” do socialismo em um só país e outros malabarismos teóricos que serviram para sustentar os privilégios da burocracia da qual fazia parte, era a de que a maioria dos albaneses seriam camponeses.

O alinhamento de Hoxha à burocracia stalinista permitiu que a Albânia estabelecesse uma série de relações com a União Soviética, que foi capaz de fornecer desde investimentos a auxílio militar e infraestrutura para o país. No entanto, em 1953, Stalin vem à óbito, e chega ao poder Nikita Khrushchov. Integrante da burocracia stalinista, mas também atento ao desgaste que a política errática de Stalin havia levado, Khrushchov procurou se distanciar do chefe soviético, apresentando uma interpretação moralista dos erros do stalinismo e aproveitando as críticas ao regime para abrir o país para o capitalismo. Prevendo o tremendo prejuízo que isso traria à Albânia, Hoxha passou a criticar duramente o sucessor de Stalin. Em 1961, a Albânia deixou de integrar o bloco soviético.

Ainda em 1960, em resposta à política de coexistência pacífica, elaborada por Khrushchov, o albanês havia declarado, na Conferência dos 81 Partidos Comunistas e Operários em Moscou, no dia 16 de novembro:

Até o presente momento, nenhum proletariado e nenhum Partido Comunista ou operário tomou o poder abstendo-se do derramamento de sangue ou do uso da violência. Alguns camaradas parecem encontrar-se divorciados da realidade, quando alegam que a tomada do poder deu-se sem o necessário derramamento de sangue, esquecendo-se de que, também por eles, o glorioso Exército Vermelho derramou rios de sangue, durante a Segunda Grande Guerra. No que diz respeito a esta questão, nosso Partido é da opinião de que devemos nos preparar para todas as possibilidades e fazê-lo bem, especialmente no tocante à toma do poder mediante a violência, posto que se bem nos prepararmos neste sentido, também há possibilidades de termos maior probabilidade de sucesso em diversas conjunturas. A burguesia pode auferir-lhes a liberdade da palavra para, logo após, protagonizar um golpe fascista e liquidá-los por completo; e tudo isso se deverá ao fato de não terem preparado nem os quadros de choque, nem o trabalho clandestino, nem os aparelhos de abrigo e trabalho e nem tampouco os meios de combate. Devemos prevenir esta trágica eventualidade.

A luta contra o “revisionismo”

É fato que o marxismo vem enfrentando, ao longo das décadas, uma série de ataques dos chamados revisionistas. Nesse sentido, a crítica que Enver Hoxha apresenta em seu livro O Eurocomunismo é o anticomunismo é correta:

A burguesia ocidental não oculta seu entusiasmo ao ver que os revisionistas eurocomunistas têm-se alinhado com os social-democratas e os fascistas para atacar conjuntamente e com todas as suas armas a revolução, o marxismo-leninismo, o comunismo. Os capitalistas sentem uma grande satisfação ao preparar seus novos administradores destinados a substituir gradualmente os social-democratas, os quais, por haverem permanecido longos anos nas engrenagens do Poder burguês e haverem combatido abertamente a classe operária e a causa do socialismo, acabaram em muitos países nas fileiras da reação extrema e se desmoralizaram inteiramente aos olhos dos trabalhadores.

No entanto, dominado por uma mentalidade bastante sectária, solidificada nos seus anos de colaboração com o stalinismo, Hoxha cometeu pelo menos dois erros fundamentais em sua análise.

O primeiro deles foi o de considerar que a era do revisionismo na União Soviética teria começado após a morte de Stalin, quando, na verdade, Stalin foi o revisor do marxismo mais influente da história. Foi Stalin quem impulsionou a “teoria” do socialismo em um só país, entregou o poder a Hitler, na Alemanha, e implementou as desastrosas frentes populares. Ou seja, não há sentido em separar, portanto, Stalin de seu sucessor: Khrushchov é herdeiro da burocracia stalinista e apenas levou a um nível mais profundo o processo restauracionista que estava sendo implementado na União Soviética, na medida em que a classe operaria foi tendo sua influência no Estado diminuída.

O segundo deles consiste em resumir todas as suas teses em inimigos e marxistas puros, eliminando toda a complexidade da luta de classes. Um caso que exemplifica bem o problema é o do social-imperialismo:

Com sua chegada ao poder, os kruschovistas prepararam também a plataforma de sua política externa. Assim como o imperialismo norte-americano, o social-imperialismo soviético baseou sua política externa na expansão e no hegemonismo, através da corrida armamentista, das pressões e chantagens, da agressão militar, econômica e ideológica. O objetivo dessa política era instaurar o domínio social-imperialista em todo o mundo.

Há, novamente, aqui, uma confusão em torno de questões essenciais. Ao propor a existência de um social-imperialismo, Hoxha está, ele próprio, revisando o marxismo. Não há, nos países apontados por Hoxha — União Soviética e China —, grandes monopólios, controlados diretamente pelos bancos, nem tampouco uma capacidade de estrangular completamente os países que estariam sob seu suposto domínio. É impossível, nesse sentido, considerar que a China tenha tantas condições de orquestrar um golpe de Estado como os Estados Unidos.

Essas concepções, extremamente sectárias, impediram que Hoxha pudesse desenvolver uma política internacionalista para a classe operária, condenando o Estado Operário albanês à sua própria demolição. Na medida em que a Albânia, que era o país mais pobre da Europa, se manteve completamente isolada, não teve condições de alcançar de fato o socialismo, por mais que o período em que estivesse sob o controle dos trabalhadores tenha permitido um avanço na sua industrialização e em áreas como a saúde e a educação.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.