O secretário fascista e ex-ator Mario Frias assumiu, há 100 dias, a Secretaria Especial da Cultura no governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Nesse período de tempo, a “reestruturação” promovida pela Secretaria se dedica a, finalmente, demolir a cultura.
Pelas palavras do próprio Frias, “as portas da secretaria estão abertas a todos que queiram, de fato, fazer arte, e não política”. Besteira! Com os filtros moralistas e congelamento da Lei Rouanet, a Secretaria de Cultura estabelece uma maneira para ter a menor aprovação de projetos em 10 anos. O apoio “apolítico” do secretário não poderia ser mais político, e pior, mais fascista e exclusivista, deixando o direito de produção somente àqueles que atendem os interesses direitistas do governo e censurando os demais.
A cultura está sofrendo desde o início do regime golpista
Em maio, a ex-secretária da Cultura, Regina Duarte, em entrevista à imprensa burguesa CNN, além de elogiar a ditadura e a censura, fez descaso com as mortes e situação dos artistas na crise do novo coronavírus. Em junho, o governo propôs o fim da Cinemateca, avançando nos seus planos de desmonte da cultura.
Em agosto, duas propostas reacionárias foram anunciadas: a “reforma tributária” propôs a unificação das contribuições sociais (PIS e Cofins), o que anularia a lei que zera a incidência desse tributo sobre os livros, impondo na prática uma alíquota de 12% a todos os livros vendidos no país. Na outra, a ANCINE, sob clara pressão das redes de cinema, propôs a extinção da meia-entrada, alegando que 80% dos ingressos vendidos no país enquadram-se nessa categoria.
E, agora em setembro, o compositor Scott Buckley pediu a retirada de sua música utilizada em uma campanha fascista do governo pelo secretário Mario Farias, afirmando que, além de não terem pago a licença pelo uso, sequer aceitaria o dinheiro do governo golpista.
Além disso, o podre mais recente se dá à censura promovida pela ministra Damares Alves ao filme “Lindinhas”, da plataforma Netflix, pedindo a suspensão do longa acusando-o de sexualização infantil. Em nota, a empresa de streaming responde que a produção se trata de “um comentário social contra a sexualização de crianças. É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas enfrentam nas redes sociais e também da sociedade. Nós encorajaríamos qualquer pessoa que se preocupa com essas questões importantes a assistir ao filme”.
Não podemos permitir que os planos de censura e desmonte da cultura pelo fascistas se concretizem plenamente. Enquanto Bolsonaro e sua corja de golpistas estiverem no governo, os artistas e a arte estarão em risco.
Fora Bolsonaro!