Giacomo Matteotti (1885-1924) foi assassinado aos 10 de junho de 1924, após a publicação de seu livro The Fascisti Exposed: A Year of Fascist Domination e dois discursos que fez na Câmara dos Deputados, denunciando o fascismo.
Giacomo Matteotti foi um político socialista italiano e, em 1924, como deputado, formulou no parlamento um discurso em que denunciava, sustentado com provas, a violência fascista que originou a falsificação dos resultados das eleições de abril de 1924. Sua morte foi encomendada pelos fascistas e a 10 de junho daquele ano Matteotti foi assassinado em Roma por um comando fascista.
Foi um crime brutal. Durante a tentativa de sequestro, ele foi empurrado dentro de um carro e apunhalado várias vezes. Seu cadáver foi encontrado perto de Riano, a 20 quilômetros de Roma, em 16 de agosto de 1924, depois de uma extensa busca.
Foram identificados cinco dos assassinos, Amerigo Dumini – um proeminente membro da polícia secreta fascista, a Ceka, Giuseppe Viola, Albino Volpi, Augusto Malacria e Amleto Poveromo, foram presos poucos dias depois do sequestro. Apenas três (Dumini, Volpi e Poveromo) foram condenados e logo depois liberados sob anistia do rei Victor Emmanuel III, um deles, Filippo Panzeri, escapou antes das prisões de seus cúmplices.
Os verdadeiros mandantes do crime escaparam. Antes do julgamento contra os assassinos, o Tribunal Superior do Senado iniciou um processo contra o general Emilio De Bono, comandante dos paramilitares fascistas Camisas negras, mas ele foi dispensado.
Contudo, após a queda do fascismo, ou seja, terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1947, o julgamento contra Francesco Giunta, Cesare Rossi, Dumini, Viola, Poveromo, Malacria, Filippelli e Panzeri foi reaberto. Dumini, Viola e Poveromo foram condenados à prisão perpétua.
Contudo, as impressões digitais do maior interessado na morte de Mattteotti não foram encontradas. Em nenhum desses processos foram encontradas provas do envolvimento de Mussolini.
O fascismo foi o último recurso lançado pela burguesia contra o movimento operário. Surgiu primeiramente na Itália, no início do século XX após a Primeira Guerra Mundial. Nasceu em parte como reação à Revolução Bolchevique de 1917 e às fortes lutas dos trabalhadores e seus sindicatos, culminando no biennio rosso, e em parte pela controvérsia sobre a sociedade liberal-democrática que emergiu a partir da experiência da Primeira Guerra Mundial.
Giacomo Matteotti foi uma das vítimas do fascismo, assassinado de forma brutal. Deixou uma lição ao Mundo segundo a qual o fascismo não deve ser combatido com frentes com a burguesia, mas, esmagado com todas as forças dos trabalhadores.
Ao bem da verdade, guardada as devidas proporções, há alguma semelhança com o caso Marielle. Embora Matteotti fosse muito mais conhecido que Marielle e a crise fosse muito maior, o episódio mostra o total fracasso da política que os socialistas italianos da época pregavam. Matteotti era um parlamentar que procurava um acordo com os fascistas e acabou sendo morto. A lição que deve ser tirada é que os fascistas devem ser enfrentados. Com o fascismo não tem acordo, deve-se combate-lo até a morte.