No dia de hoje, 7 de julho, completam-se 57 anos da viagem realizada por Ernesto “Che” Guevara pela América Latina. Ainda na juventude, com 25 anos de idade, Che deu início a uma viagem percorrendo 8 países ( Bolívia, Perú, Equador, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras e El Savador).
Esta não fora a primeira viagem do jovem Ernesto Guevara pelo continente latino-americano. Dois anos antes, ao lado de seu companheiro Alberto Granado, Che também percorrera a América do Sul. Um período tão marcante em sua vida e de grande influência na sua luta revolucionária travada posteriormente que, além de ser documentada pelo próprio Che, em um diário de viagem, tornou-se material de estudo para diversos ativistas e militantes em todo mundo. É desta viagem, por exemplo, que deriva o filme de Walter Salles, “Diários de motocicleta”, lançado em 2004.
Em 1953, Che volta a percorrer a América Latina, ao final partindo para Guatemala e posteriormente estabelecendo contato com as principais lideranças revolucionárias cubanas e de outros países. Ainda na Guatemala, Che pôde acompanhar o golpe de estado levado adiante pelos EUA contra aquele país em 1954, contra o presidente democraticamente eleito Jacobo Arbenz Guzmán. O primeiro de uma série de golpes organizados pelos EUA na América Latina, articulados pela sua agência de espionagem, a CIA. As políticas sociais adotadas por Guzmán, como a concessão de terras para os camponeses pobres, entrou em choque com os interesses do imperialismo norte-americano, em especial de seu monopólio de produção de frutas tropicais, a United Fruit Company, estabelecido naquele país.
Nesse sentido, a passagem de Che pelo continente latino-americano marcou-o profundamente, consolidando no jovem Ernesto a necessidade da luta contínua pela libertação dos povos oprimidos. Durante sua viagem pela América do Sul, Che se deparou com a situação de extrema opressão, pobreza e miséria vivenciada pelas massas exploradas dos países em que passou. Como por exemplo, as condições desumanas a que estavam submetidos os trabalhadores mineiros da mina de cobre de Chuqicamata no Chile, ou a miserabilidade imposta aos camponeses peruanos pelos latifundiários.
Pobreza esta consequência direta da política de rapinagem perpetrada pelos monopólios capitalistas, pelo imperialismo de um modo geral contra a América Latina, como irá constatar Che durante sua luta nos anos posteriores.
Passados 57 anos desta experiência essencial para o revolucionário argentino, Che permanece como um símbolo para toda a juventude, os trabalhadores e a esquerda de um modo geral, da luta como única alternativa real para se colocar abaixo todas as formas de opressão rumo a uma sociedade verdadeiramente livre, a sociedade socialista.