Washington Luís foi o último presidente do período que ficou conhecido como República Velha. Apesar de ter nascido em Macaé, Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1869, não se considerava fluminense, como é conhecido os que são do interior do estado, mas um paulista. E sua carreira política foi construído como integrante do Partido Republicano Paulista (PRP). Ele se formou em bacharel em Direito, exercendo advocacia, e também história.
Estudou no colégio interno do Colégio Pedro II, e fez fama como como presidente moderno por investir em gerenciamento e aperfeiçoamento técnico de administração, além de estimular os estudos científicos em historiografia, museologia e ciências sociais. E não deixou de lado a necessidade de buscar equilíbrio monetário e cambial para o setor financeiro.
Certamente, seu maior desafio foi passar pelos 3 “Gs”: a Primeira Guerra Mundial, a Gripe espanhola (1918) e as greves operárias de 1917, quando foi eleito, 1914, prefeito de São Paulo.
Em 1º de maio de 1920, torna-se governador do estado de São Paulo, e, após passar pelo Senado Federal, Washington Luís é eleito para a presidência da república no dia 1 de março de 1926.
Seu governo foi marcado pelo enfrentamento da crise internacional do café e a crise financeira internacional, iniciada em outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
O cenário político do biênio 1929-1930 foi um dos mais conturbados não só para o Brasil, mas também para boa parte do mundo, sobretudo em virtude das consequências da Grande Depressão Americana, provocada pelo “crash” da Bolsa de Nova York. A economia cafeeira paulista, que movimentava grande parte da economia brasileira à época, foi diretamente atingida por esses fatores externos.
A oligarquia que comandava esse setor da economia também tinha o controle do poder político e buscava delinear um futuro de recondução à estabilidade econômica por meio da sucessão no cargo da presidência da República. Em 1929, Washington Luís, contrariando os acordos da “política do café com leite”, indicou como seu sucessor outro político paulista, Júlio Prestes. Essa desavença entre as oligarquias de São Paulo e Minas foi acompanhada da organização de uma outra frente, formada por políticos de outros estados, como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro. Essa frente ficou conhecida como Aliança Liberal, ou AL. O objetivo da AL era lançar candidatos à presidência e à vice-presidência que viabilizassem uma alternativa ao joguete oligárquico. Os candidatos em questão, para disputar as eleições de 1930, eram Getúlio Vargas, presidente do Rio Grande do Sul (para a presidência), e João Pessoa, presidente da Paraíba (para a vice-presidência).
Todavia, mais do que o crash da Bolsa de Nova York, e a crise no seio da burguesia oligárquica brasileira, o capitalismo evoluindo para uma fase superior, o imperialismo, enfrentou revoluções pelo mundo afora, tendo, os países atrasados se revoltado contra o gritante desenvolvimento desigual que expressavam as suas situações, não sendo diferente no Brasil, pelo contrário, sendo as revoluções de 22, 24 e 30, com a forte manifestação operária, tendo à frente a burguesia nacionalista, com principal destaque da Coluna Prestes e ao Tenentismo, os eventos decisivos que puseram fim à República Velha.
Sem espanto, Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930 pelo golpe militar encabeçado por Getúlio Vargas, no movimento que ficou conhecido como Revolução de 1930.
Após este acontecimento, Washington Luís fora exilado nos Estados Unidos da América e Europa, regressando ao Brasil em 1957, quando morre aos 87 anos.