No dia 04 de Fevereiro de 1961, começou a guerra de independência de Angola. Um grupo de 200 angolanos, ligados ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o mais importante movimento armado de libertação nacional, atacou a Casa de Reclusão Militar de Luanda, a cadeia da 7ª Esquadra de Polícia, a sede dos Correios (CTT) e a Emissora Nacional de Angola.
Os portugueses já estavam há quatro séculos no território africano. Contudo, no final do século XIX, as potências europeias realizaram a Conferência de Berlim (1884-1885), que foi responsável pela divisão do continente africano em áreas de dominação colonial da França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica e Itália. Segundo o acordo político realizado na Conferência, a Portugal pertenciam os territórios de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
A partir da definição de seus territórios, os portugueses iniciaram expedições de conquista e campanhas militares de “pacificação” dos povos, que foram totalmente dominados graças à superioridade bélica europeia e seus exércitos modernos. Uma política de brutal exploração foi implementada nesses territórios, que permaneciam sob permanente vigilância da Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE) e das Forças Armadas portuguesas. Qualquer sinal de rebeldia da população era ferozmente reprimido, inclusive com prisões em campos de concentração. O mais famoso era o de Tarrafal, para onde os militantes das organizações de libertação nacional eram enviados para morrer lentamente.
Angola era a colônia mais importante de Portugal, devido às suas riquezas minerais. Também foi a primeira colônia a iniciar a guerra de libertação nacional, em 1961, a qual se seguiram Guiné-Bissau (1963) e Moçambique (1964). Os treze anos de guerra de libertação nacional de Angola, que forçaram a metrópole colonial a gastos militares astronômicos, e as vitórias do MPLA na guerra de guerrilhas contra as expedições de extermínio, levaram o regime salazarista ao colapso definitivo na Revolução dos Cravos em 1974, favorecendo a independência de Angola no ano seguinte.