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Dia de hoje na História

02/09/1969: morre Ho Chí Minh, líder da revolução vietnamita

Se hoje o Vietnã é um país independente e unificado, é principalmente graças a Ho Chi Min, que liderou o movimento de independência

Nascido Nguyễn Sinh Cung no dia 19 de maio de 1890, e posteriormente rebatizado como Ho Chi Minh (que significa “aquele que ilumina”), ele cresceu em uma pequena vila no centro do Vietnã, que na época fazia parte da Indochina, colônia da França.

Aos 21 anos, embarcou como cozinheiro em um navio francês e começou a viajar o mundo. Os registros sobre essa época são imprecisos, mas estima-se que ele tenha passado quase dez anos rodando o planeta, tendo passado inclusive pelo Brasil.

Pouco depois, em 1920, ele se envolveu com o movimento socialista na França e ajudou a fundar o Partido Comunista Francês. Em 1923, foi a Moscou, na Rússia, para treinamentos de táticas de guerrilha e oficialmente entrou para o braço internacional do Partido Comunista Russo. Aos poucos e de longe, começou a organizar o movimento revolucionário que levaria à liberação de seu país.

Em 1940, durante uma invasão japonesa ao Vietnã na Segunda Guerra Mundial, ajudou a expulsar os japoneses e colocar o movimento de independência em prática.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, Ho Chi Minh e seu partido anunciaram a independência do Vietnã. Os franceses não a reconheceram e os vietnamitas (já treinados para expulsar os japoneses) pegaram em armas. Foram oito anos de guerra até que a França reconheceu a independência da região Norte, mas se recusou a ceder o Sul. Como presidente do Vietnã do Norte, Ho Chi Minh liderou a luta para recuperar o Sul (região que era apoiada pelos Estados Unidos) e reunificar o país, o que levou à invasão norte-americana e à Guerra do Vietnã.

A Guerra do Vietnã, também conhecida como Segunda Guerra da Indochina, chamada no Vietnã de Guerra de Resistência contra a América ou simplesmente Guerra Americana, foi um grande conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja de 1 de novembro de 1955 até a queda de Saigon em 30 de abril de 1975. Foi a segunda das Guerras da Indochina e foi oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul. O exército norte-vietnamita era apoiado pela União Soviética, China e outros aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anti-comunistas pelo Mundo. Neste cenário, o conflito no Vietnã é descrito como uma guerra por procuração no auge da Guerra Fria.

A participação efetiva dos Estados Unidos no conflito ocorreu após o Incidente do Golfo de Tonquim, em agosto de 1964. Nesse incidente, a embarcação americana USS Maddox foi atacada duas vezes por torpedeiros norte-vietnamitas. Os ataques foram uma fraude arquitetada pelo imperialismo norte-americano, e nunca comprovados, usados como pretexto para a aprovação de resoluções que permitiram o envio do exército americano para a guerra vietnamita.

Essa participação americana no Vietnã foi covardemente genocida, e foi marcada pela violência brutal cometida contra civis em pequenas aldeias no interior do país. As tropas americanas usaram bombas incendiárias, como o napalm, e armas químicas, como o agente laranja, para destruir plantações e desfolhar as árvores de florestas, que eram usadas como esconderijo pelos vietcongues.

Por causa dessa extrema violência, o governo americano passou a ser alvo de grande pressão popular para a saída do conflito à medida que as imagens da guerra eram divulgadas e a quantidade de mortos no exército americano crescia. Os protestos pelo fim da participação americana na Guerra do Vietnã aconteceram principalmente com os movimentos de contracultura, que estavam em alta na época.

Essa pressão popular, aliada a anos em um conflito que parecia não ter fim, levou o presidente americano Richard Nixon a propor um cessar-fogo com as tropas norte-vietnamitas. A assinatura desse cessar-fogo deu fim à participação americana na guerra em 27 de janeiro de 1973. Em junho do mesmo ano, o senado americano aprovou ainda emenda proibindo novo envolvimento do país na guerra.

O governo do Vietnã do Sul, que a essa época era governado por Nguyen Van Thieu, ficou sem o apoio dos Estados Unidos e foi incapaz de conter os avanços dos exércitos comunistas do Norte. A cidade de Saigon foi conquistada e renomeada para Ho Chi Minh pelos comunistas em 1975. Com a derrota do governo sulista, o Vietnã foi reunificado sob um governo comunista a partir de 1976.

Acredita-se que, ao longo dos anos de conflito, pelo menos 1,5 milhão de pessoas tenham morrido e que esse número possa ter alcançado os 3 milhões de mortos. Os exércitos americanos acumularam 58 mil mortos durante os anos de envolvimento na guerra.

Sobre o pensamento e ideologia de Ho Chi Minh, há textos que explicitam a forte ligação com o revolucionário russo Vladimir Ilich Lênin. Um deles, o texto “O caminho que me levou ao leninismo”, Ho Chi Minh lembra sua emoção ao participar nos debates, no Partido Socialista Francês (que depois se tornou o Partido Comunista Francês) sobre a participação na III Internacional, fundada por Lênin em 1919.

“O que eu mais queria saber – e o que justamente não era debatido nos encontros – era: qual Internacional está do lado dos povos das colônias? Eu levantei essa dúvida – a mais importante em minha opinião – no encontro. Alguns camaradas responderam: ‘é a III Internacional, não a II’. E um camarada me deu para ler a ‘Tese sobre as questões nacionais e coloniais’ de Lênin, publicadas pela ‘L’Humanité’. Havia termos políticos difíceis de entender nessa tese. Mas, por meio do esforço de lê-la e relê-la, pude finalmente apreender a maior parte deles. Que emoção, entusiasmo, esclarecimento e confiança essa obra provocou em mim!”

Isso é uma evidente ligação e identificação de Ho Chi Minh à Lênin,  sobretudo, pela visão de que a luta pela soberania nacional está ligada à luta pela emancipação da classe mais oprimida, contra o domínio capitalista. Esta visão fez a força do pensamento de Ho Chi Minh ao identificar a luta nacional com a luta social, de classes, aliando-se a todas as forças sociais capazes de combater pela libertação de todos os homens, de lutar contra todas as formas de opressão.

Se hoje o Vietnã é um país independente e unificado, é principalmente graças a Ho Chi Minh. Apesar de ter liderado o movimento de independência que durou quase 15 anos e dividiu o país em dois, nunca chegou a ver o resultado de sua luta: morreu em 1969, vítima de um ataque cardíaco, seis anos antes do fim da Guerra do Vietnã e da reunificação do país sob o regime comunista.

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