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Julgados pelo imperialismo

01/10/1946: a farsa dos Julgamentos de Nuremberg

É assim que age a justiça do imperialismo. Condenam-se os nazistas, mas convenientemente se esquecem de crimes como o bombardeio atômico no Japão

Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os países vitoriosos começaram a discutir o que seria feito dos criminosos de guerra dos países vencidos, especialmente os da Alemanha nazista. Foi assim constituído um Tribunal Penal Internacional que ficou conhecido como o Tribunal de Nuremberg. Foram feitos vários julgamentos, durante um período de quatro anos, de 1945 a 1949, sendo que a primeira série foi a mais famosa, onde foram julgados os principais líderes políticos e militares do Terceiro Reich.

Estes julgamentos tiveram um claro caráter de Tribunal de Exceção. Os juízes escolhidos eram todos apenas das quatro potências aliadas, Estados Unidos, Grã-Bretanha, União Soviética e França, que assinaram, em Londres, um acordo para a formação deste Tribunal Militar Internacional. Eram oito juízes, dois representantes de cada um dos quatro países vencedores. Os demais países não tiveram representação ou participação.

Por estes fatos já fica evidente que os julgamentos foram uma farsa, um ajuste de contas realizado pelo imperialismo. Apenas os crimes dos vencidos foram julgados. Não houve neutralidade, não houve interferência ou participação de outros países do mundo. Foram julgados os crimes do nazismo, mas não houve debate sobre os crimes de guerra dos aliados como os bombardeios atômicos no Japão, em Hiroshima e Nagasaki, ataques realizados sobre civis, contra um país que já estava subjugado e sem condições de resistir.

Não houve julgamento dos bombardeios criminosos realizados pelos aliados contra a população alemã em cidades como Dresden, Colônia, Darmstadt, Hamburgo, Stuttgart e Königsberg, que mataram milhares de civis.

Além destas arbitrariedades os réus nazistas não tiveram nem mesmo direito a escolherem os seus advogados. Os julgamentos foram apenas espetáculos, com sentenças previamente preparadas.

Esta primeira série de julgamentos foi conduzida durante um período de quase um ano, entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946 na cidade alemã de Nuremberg. Foram acusados 24 criminosos de guerra e sete organizações: a liderança do Partido Nazista, o Gabinete do Reich, a Schutzstaffel (a organização paramilitar conhecida como SS), a Sicherheitsdienst (a agencia de inteligência, a SD), a Gestapo (a polícia secreta do Reich), o Sturmabteilung (os SA, organização paramilitar famosa pelas camisas de cor marrom) e o Alto Comando.

Dentre os acusados estavam Martin Bormann (secretário do Partido Nazista), Hermann Goering (comandante da Luftwaffe), Rudolf Hess (do alto escalão do partido), Joachim von Ribbentrop (embaixador e ministro das Relações Exteriores), Wilhelm Keitel (chefe das forças armadas), Ernst Kaltenbrunne (líder da SS), Franz von Papen (chanceler e embaixador) e Julius Streicher (fundador do jornal antissemita Der Stürmer).

O Tribunal condenou doze dos acusados à morte, três à prisão perpétua, dois a 20 anos de prisão, um a 15 anos e outro a 10 anos. Hans Fritzsche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos.

Dez das sentenças de morte foram executadas na manhã do dia 16 de outubro de 1946, todas elas por enforcamento. Hermann Goering se suicidou na véspera da execução por envenenamento. Martin Bormann estava desaparecido na época do julgamento e foi julgado à revelia.

De 1946 a 1949 foram julgados os Processos de Guerra de Nuremberg, com outras 117 acusações por crimes de guerra contra outros membros da cúpula nazista.

Todos estes eventos provaram que os Julgamentos de Nuremberg foram apenas a “justiça do vencedor”, uma fraude. Que todos os condenados eram culpados não há dúvida, mas a “justiça” dos aliados é seletiva e tem lado. Muito diferente do destino de Mussolini, que morreu pelas mãos do povo, algo muito mais justo. Os processos foram muito criticados na época, pelo completo atropelamento das normas legais.

O que nos mostra, mais uma vez, que a justiça é outro instrumento de que o imperialismo sempre se utiliza quando precisa. Veja-se hoje em dia o caso de Julian Assange, que será condenado em um processo farsesco na Inglaterra para ser extraditado para os Estados Unidos. O imperialismo sempre usa instrumentos como a justiça para os seus próprios interesses, atropelando qualquer juízo de valor ou lei. Nada disso é obstáculo para eles.

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