Em um julgamento de seis minutos, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) rejeitou os últimos recursos da defesa de Lula à 2ª instância nesta tarde. Os três ministros da 8ª Turma votaram unanimemente contra Lula. Leandro Paulsen, Victor Laus e Nivaldo Brunoni (que substituiu João Pedro Gebran Neto, de férias) não conheceram os recursos, quer dizer, sequer entraram no mérito do pedido da defesa.
O resultado era o esperado. O TRF-4 já instituiu a tradição de considerar todos os recursos dessa natureza como manobras para alongar o julgamento, atropelando mais uma fase do processo de Lula e de milhares de outras pessoas. No caso de Lula, é particularmente improvável que um recurso judicial, um documento escrito em um papel, possa tirá-lo da cadeia.
Desde o começo do processo que serviu de pretexto para a prisão política de Lula, a defesa do ex-presidente tem sido repetidamente atropelada. Lula foi condenado por um apartamento que seu inquisidor, Sergio Moro, o Mussolini de Maringá, atribui a ele. Na justiça de Brasília, em outro processo, o mesmo apartamento foi apontado como propriedade da OAS.
Para negar o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, no começo do mês, por 6 votos a 5, os ministros do STF atropelaram a Constituição. Todo o andamento do processo de Lula na justiça mostra que se trata de uma perseguição. Essa perseguição é política, movida pela direita, e mostra que, se depender exclusivamente das instituições, Lula vai perder sempre.
O acontecimento dessa tarde, que já não surpreende ninguém, reforça a necessidade da mobilização popular para exigir que a ditadura solte Lula, preso político há 11 dias na cadeia, desde 7 de abril. Por isso, é preciso tomar Curitiba, transformar a cidade em uma panela de pressão, e não sair de lá até Lula ser solto. Para isso, é preciso ampliar os comitês de luta contra o golpe, para produzir materiais, distribuir panfletos, colar cartazes e organizar caravanas até Curitiba.