Na última quarta-feira, o presidente golpista Michel Temer participou da cerimônia de apresentação dos Oficiais Generais promovidos, no Palácio do Planalto. Cercado pelos comandantes das três Forças Armadas, o presidente golpista afirmou: “todos sabem da contribuição dos nossos militares para o Brasil”.
Qualquer pessoa que fale que os militares têm trazido alguma contribuição para o Brasil está assumindo, imediata, uma postura pró-imperialista. Afinal, o Exército vem sendo dirigido por uma ala direitista, que conquistou seu domínio pleno durante a ditadura militar.
O Exército hoje não defende o Brasil dos países imperialistas. Na verdade, foi cúmplice destes durante o golpe de 2016, durante todas as privatizações e durante a prisão do maior líder popular do país. Portanto, as contribuições que os militares têm dado são todas no sentido de fortalecer o domínio do imperialismo sobre o Brasil.
Durante seu discurso, essa postura direitista ficou ainda mais clara: “em muitos rincões do País, as Forças Armadas são a única manifestação concreta da presença do Estado”. “Por isso que eu digo que muito naturalmente cabe às nossas três Forças, também nos termos da Constituição Federal, a tarefa de Garantia da Lei e da Ordem”.
O Exército substituir o Estado, ao contrário do que diz Temer, não é o indicativo de uma parceria que está dando certo. O nome dessa substituição, na verdade, é golpe militar.
Diante da pressão dos militares, Temer vem permitindo que as Forças Armadas tomem conta de cada vez mais espaço no Regime Político. No entanto, ao invés de reagir, Temer vem cedendo, pois não julga ter condições de enfrentar os militares, nem de enfrentar a revolta popular sem o apoio das Forças Armadas.
A mensagem de Temer, portanto, é uma verdadeira ameaça a todos os Estados brasileiros: se o Exército decidir que deve intervir em algum lugar, não vai ser a Presidência da República que vai impedir.