O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso esteve essa semana em um evento em Harvard, juntamente com o juiz Sérgio Moro, o juiz Marcelo Bretas e a procuradora geral da república Raquel Dodge, que a imprensa golpista brasileira deu grande destaque.
Tal evento aparece como uma espécie de apoio formal da famosa universidade privada norte-americana aos personagens de primeiro escalão do golpe promovido pelo judiciário brasileiro que levou à prisão do ex-presidente Lula.
Entretanto, tal evento foi na verdade um simpósio promovido pela “Harvard Law Brazilian Association Legal”, que é uma associação de alunos e ex-alunos de direito brasileiros da Harvard. Ou seja, uma espécie de centro acadêmico de alunos e ex-alunos brasileiros da universidade, que tem entre os seus membros a estudante Luna Barroso, filha do ministro do STF Luís Roberto Barroso.
O evento, que não tem relevância sequer do ponto de vista acadêmico, foi claramente montado como uma espécie de palanque dos golpistas brasileiros para darem declarações que tivessem destaque na imprensa burguesa brasileira. Como a afirmação cínica de Barroso de que “os juízes (brasileiros) estão do lado certo da história”.
Outra situação pitoresca do evento foi a palestra feita pelo juiz Sérgio Moro com um inglês parecido com o de estudantes no primeiro ano de cursinho de inglês no Brasil. Além de motivar uma onda de “memes” na internet, tal participação abalou a imagem de “grande intelectual” do juiz montada pela imprensa.
O evento se mostrou uma espécie de golpe publicitário promovido por estudantes burgueses brasileiros. “Um curso desses em Harvard tem um custo anual de aproximadamente US$ 45.000, mais US$ 3.959 em taxas e cerca de US$ 800 a US$ 1.200 em livros. Sem moradia nem alimentação. Entre os patrocinadores do simpósio, a FIESP e a Firjan” (Pragmatismo Político 19/04/18). Somente um filho da burguesia brasileira conseguiria pagar um curso desses.
À parte do verdadeiro teatro promovido na universidade, chamou atenção o fato de que o evento tenha ocorrido durante a semana e que ainda, o ministro do STF tenha matado o trabalho para tirar o dia com a filha nos EUA. Aquele que se colocou no papel de juiz moralista, que dá lições, inclusive nos demais ministros sobre ética e imagem, fugiu do trabalho para um evento sem qualquer relevância acadêmica ou institucional nos EUA e ainda resolveu aproveitar para curtir uma folga não-oficial com a filha.