A esquerda mundial costuma ter uma posição clara e simples diante de um ataque imperialista contra um País atrasado: exigir a saída imediata do imperialismo, o fim dos bombardeios e o declarar apoio incondicional aos povo oprimidos. Mas há um setor da esquerda pequeno-burguesa que se deslumbrou tanto com as promessas imperialistas de amor aos direitos das mulheres e dos LGBT’s que acabou absorvendo a mentalidade dos opressores do mundo.
Esse é o caso do PSTU e de sua organização internacional, a Liga Internacionalista dos Trabalhadores (LIT-QI), que acumula apoios ao imperialismo nos últimos tempos e que diante dos bombardeios promovidos contra a Síria sua principal crítica é a de que eles “não são eficazes”.
Segundo matéria publicada em seu sítio na internet, intitulada “Ataques de Trump não afetam o arsenal de armas químicas do regime sírio”, o PSTU como diz o próprio título do artigo, afirma que os bombardeios imperialistas contra a Síria são apenas uma espécie de encenação. Trump e seus aliados não querem bombardear a Síria, não se sabe exatamente o que eles querem.
Segundo o PSTU, “aparentemente o regime sírio já havia se prevenido já que não há notícias de mortos ou feridos até o momento. E sequer de eventual vazamento de materiais químicos.” Esse bombardeios de fachada, nem mataram ninguém, reclama o artigo da LIT. E continua mais à frente: “os mísseis de Trump e seus aliados não reduziram a capacidade do governo sírio de levar a cabo ataques com armas químicas. E confirmam que o objetivo do governo americano não é banir armas químicas ou derrubar o governo sírio. Seu temor é que a população trabalhadora derrube o regime através da via da revolução social.”
No planeta da LIT, os Estados Unidos estão bombardeando os sírios porque são aliados de Bachar Al Assad. Difícil de entender. Talvez o mesmo se aplica ao Iraque. Quando os Estados Unidos bombardearam e invadiram o País e assassinaram Saddam Hussein fizeram isso porque eles eram aliados do presidente iraquiano, foi assim como um assassinato de fachada.
Na época da invasão do Iraque, em 2003, o PSTU e sua LIT diziam ser contra o imperialismo. Se fossem coerentes, deveriam ter falado, naquela época, que a invasão não era suficiente contra o “ditador iraquiano”. Não por coincidência, as armas químicas foram usadas como pretexto tanto no Iraque como hoje na Síria. Para o PSTU, esse pretexto não é só válido, como também é real. No Iraque ficou provado que era mentira, na Síria, está cada vez mais claro que também foi uma invenção. Mas o PSTU continua com reafirma as acusações contra o “ditador sírio”.
Ao criticar a “ineficiência” dos bombardeios de Donald Trump, o PSTU se coloca assim como um grupo clintonista, ou seja, aliado de Hilary Clinton, a principal articuladora da política norte-americana de golpes e bombardeios. Talvez Clinton e seus aliados, se estivessem no lugar de Trump, fariam o serviço de maneira mais bem feita e enterrariam de uma vez por todas esse “ditador sanguinário sírio”. E a revolução no País seria uma coligação entre os morenistas do PSTU e da LIT e o Partido Democrático norte-americano.
Descobrimos que a LIT é parte do partido clintonista. Falta-nos descobrir agora de que planeta a LIT faz parte.