No último dia 10, o governo golpista do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori (MDB), vendeu 26 milhões de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), aprofundando a política neoliberal de privatização do patrimônio da população gaúcha.
Sartori e seus prepostos à frente da direção do Banrisul deram início ao processo de privatização da empresa ao venderem, a preço de banana, 26 milhões de ações do banco por uma bagatela de R$ 484,9 milhões. Cada ação foi vendida por apenas R$ 18,65. Com isso o Estado, que é o maior acionista do banco, ficou com apenas 50,6% do capital total do banco.
Logo após a venda das ações várias instituições financeiras já saíram em campo, como abutres em cima da carniça, com declarações de que o Banrisul é um promissor investimento neste ano. “Em relatório enviado a clientes, a Santander Corretora, por exemplo, indicou o banco como boa opção de investimentos e estimou que o preço futuro das ações chegará a R$ 28,00. No mesmo caminho, a Morgan Stanley, multinacional de serviços financeiros, estimou em R$ 27,00 a cotação futura das ações BRSR6 – cerca de 45% acima do fechamento da última sexta-feira (R$ 19,45). Em um ano, as ações também já valorizaram quase 40% (em meados de abril de 2017, estavam cotadas em, aproximadamente, R$ 14,00).” (Jornal do Comércio, 16/4/18)
O que está por trás da venda das ações do banco é a entrega, para os banqueiros nacionais e internacionais, um patrimônio líquido que alcançou o valor de R$ 7,03 bilhões em dezembro de 2017, e que neste mesmo ano obteve um lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, uma instituição que está presente em 93% dos municípios gaúchos com mais de 4 milhões de clientes. Além da venda das ações do banco foi anunciado, pela direção golpista, a abertura do capital do Banrisul Cartões, ou seja, mais um passo para a sua privatização integral.
Tal política abre ainda mais o apetite dos parasitas capitalistas: “Tudo isso justifica o interesse até mesmo de investidores internacionais – como da norueguesa Skagen e da norte-americana LSV Asset Management, que detêm, respectivamente, 4,98% e 2,46% das ações do banco.” (idem)
Como um autêntico neoliberal, Sartori, defende a reforma da previdência, extinção de órgãos públicos, privatização das estatais, demissões de funcionários públicos (como, por exemplo, no mesmo Banrisul quando colocou no olho da rua cerca de 700 trabalhadores através dos famigerados “planos de demissões voluntária”), arrocho salarial, fim de benefícios do funcionalismo público, etc. A intenção do governo é de entrega total do patrimônio do povo do Rio Grande Sul. Além do Banrisul está na mira do golpista neoliberal a entrega da Companhia Riograndense de Sanaemento , a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM).
A situação do Rio Grande do Sul, assim como em todo o País, com as privatizações, deixa evidente que a ofensiva dos governos capitalistas só pode ser barrada por meio de uma combativa mobilização dos trabalhadores dos bancos públicos com os demais trabalhadores bancários e de toda a população para derrotar a política de “cortes” e “ajustes” contra os trabalhadores públicos e de todos os interesses da população. Uma luta tenaz contra o golpe de Estado que foi orquestrado para liquidar com os direitos e conquistas dos trabalhadores e de toda a população brasileira.