Marco Antonio Zago será o novo secretário Estadual de Saúde de São Paulo. Ele substitui o médico infectologista David Uip, que reassumirá a Diretoria-Geral da Faculdade de Medicina do ABC.
Zago é ex-reitor da USP e sua nomeação foi publicada na quarta-feira, dia 18 de abril, no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Médico, Zago foi professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), pró-reitor de Pesquisa e reitor da Universidade de São Paulo (USP). Ele saiu do cargo no início do ano para a entrada de Jahan Agopyan outro cupincha do governador tucano Alckmim. É membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Zago, que foi reitor da USP no período de 2014 a 2018, é professor titular da USP desde 1990. Sua passagem pela reitoria da maior universidade do Brasil foi marcada pelo aprofundamento da privatização da USP. Ele assumiu depois do odiado reitor-interventor João Grandino Rodas, conhecido defensor da ditadura militar brasileira que colocou a PM nos campi da universidade para reprimir as greves e mobilizações do movimento estudantil e do movimento de funcionários.
Zago promoveu uma devastação na estrutura da universidade, demitindo centenas de funcionários, cortando gastos, e destruindo o Hospital Universitário da universidade.
O que preocupa neste novo cargo é o que Zago pode fazer a Saúde do Estado de São Paulo. Para se ter uma ideia entre setembro de 2014 e abril de 2017 o Hospital Universitário (HU) perdeu 367 trabalhadores, entre médicos e enfermeiros.
Na sua maioria por conta das duas edições do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV 1 e 2) implementadas pela gestão do reitor Zago. Em apenas três anos o hospital se viu com 20% a menos de seus servidores. Referência na Zona Oeste da capital paulista, principalmente para a população da região do Butantã, onde vivem mais de 600 mil pessoas, o HU enfrenta um verdadeiro ataque
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De 2014 até final de 2017, período da gestão de Zago, 56 leitos do hospital (25% do total) tiveram de ser fechados. Entre eles, oito eram da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que está agora com 60% da estrutura que tinha antes. Em 2013, o hospital realizou 138 mil atendimentos ambulatoriais e 11,8 mil internações. Em 2015, esses números caíram para 96 mil atendimentos e 9,3 mil internações.
Segundo um funcionário da USP e morador da Favela São Remo que é vizinha do HU e do campus da USP Butantã, onde está localizado o HU, “A situação do HU está uma agressividade para nós”. A população da favela é uma das principais comunidades da região que utiliza os serviços do hospital.
Agora o ex reitor vai assumir a Saúde do Estado de São Paulo, é realmente preocupante, se conseguiu quebrar o HU, imagine o que poderá ocorrer com a Saúde dos paulistas que já está bastante afetada.