Nesta quinta-feira, 12, os universitários e funcionários da Universidade de Brasília (UNB) ocuparam a reitoria da universidade em protesto contra o corte de verbas estipulado para este ano. Tais medidas financeiras afetam, como certeiramente colocado por eles, a vida de centenas de estudantes da instituição, bem como os trabalhadores do local. Defendem a liberação de recursos que deveria ser realizada pelo Ministério da Educação.
Tal revolta foi causada após declaração da reitoria da Universidade, que afirma que ocorrerão cortes nas finanças, reduzindo o quadro de funcionários terceirizados –demissões-, aumento nos preços dos restaurantes universitários, bem como cancelamentos de contratos de estágio.
É importante salientar que, com o golpe que está em curso de forma cada vez mais evidente e brutal, os cortes de verbas para as instituições de ensino públicas são cada vez maiores. Não apenas na educação de nível fundamental, médio e de graduação, as reduções orçamentárias são vistas em todas as esferas controladas pelo Estado. A direita golpista sucateia ao máximo os serviços prestados, como uma justificativa, mentirosa, para necessidade de privatizações. O que se sabe é que, com a venda dessas para a iniciativa privada será o acesso prejudicado para muitos e negado a tantos outros que não possuem condições para pagá-los. Sendo assim, são terríveis os efeitos causados por tal medida, que visa excluir e tornar impossíveis as condições de vida do povo.
Dentre as reivindicações feitas pelos estudantes da UnB encontram-se também o reestabelecimento de porteiros na Universidade no turno da noite, além da manutenção das bolsas permanência, que são destinadas a estudantes de baixa renda para que os mesmos possam ter acesso de fato ao ensino. Tais reclamações oriundas do corpo de estudantes e profissionais da instituição não começou agora. Desde 2017 já existem comissões e ações que objetivam a não aplicabilidade destas medidas lançadas. Sem efeito até então, se viram obrigados a ocupar a reitoria.
Os estudantes cobram transparência da reitoria, no que diz respeito as contas e realização de auditorias. É pedido também que o MEC libere os recursos necessários para manutenção da instituição.
Segundo a reitoria da UnB, afirmam que os recursos disponibilizados são insuficientes para manutenção da instituição de ensino. Segundo auditoria, que foi realizada na UnB no mês de março, constatou-se que era previsto um déficit de aproximadamente R$ 92 milhões para este ano.
Além da ocupação da reitoria, estudantes e demais trabalhadores da UnB protestaram em frente a Secretária de Educação, ocupando, também, a sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Seu objetivo era a solução dos problemas levantados, cobrando um posicionamento efetivo dos órgãos competentes a respeito.
O Ministério da Educação diz que os dados apresentados pela instituição não batem com os do Estado. Afirmam que houve um aumento de 12% nas verbas e que 60% do valor já foi repassado a UnB. Dizem que a culpa é por uma má gestão da própria Universidade.
O que, segundo a reitoria, o MEC não explica é que, apesar do aumento de 12% das finanças destinadas a instituição, houve corte nos recursos para manutenção. Em 2016, o valor destinado era R$379 milhões. Atualmente são R$229 milhões, o que representa uma baixa de R$80 milhões no orçamento. Ainda afirmam que já foi lançado para o Ministério da Educação um plano de obras, na qual são expostas as demandas de investimento de 2018.
O que é sabido, porém, que essas discussões entre a reitoria da UnB e o MEC não surtem nenhum efeito concreto para os estudantes e funcionários que estão com seus empregos ameaçados. Sendo assim, o conjunto que protesta solicita que, na próxima semana, seja realizada uma audiência pública para que se tenham conclusões efetivas a respeito. A perspectiva é de que tal movimento se mantenha até o dia 16.
Deve se dar todo apoio aos estudantes e funcionários da UnB. Com o aprofundamento do golpe no país, a situação não apenas deles, mas de toda população encontra-se em situação preocupante. As perspectivas para o futuro são piores ainda. A única forma de garantir que não ocorram ainda mais avanços da direita golpista é a luta. Logo é urgente a mobilização popular em um processo unificado de luta política. Entender o conjunto de acontecimentos e atuar de forma prática para que eles não venham a causar danos ainda piores do que já estão causando atualmente.
Construir um comitê contra o golpe de Estado na UnB.