No Rio de Janeiro, o Estado que vive sob a intervenção militar do Exército desde fevereiro, constantemente vêm sendo feitos treinamentos e ações nas comunidades que evidenciam o caráter reacionário dessa empreitada que nada tem a ver com a defesa da segurança do povo carioca e fluminense.
Exemplo disso é o que aconteceu na última quinta-feira (12), quando em treinamento feito pelas Forças Armadas, foi representado um confronto entre policias e criminosos: todos os soldados do exército que representavam os “bandidos”eram negros.
O treinamento demonstra claramente que – tal como ocorre com as Polícias Militares – o negro é o alvo principal do Exército e de sua operação de terror contra o povo e que serve – como declarou o comandante das tropas no Rio de Janeiro – como um “laboratório para todo o País”.
Em resposta ao ser questionado, o coronel Ricardo Barreto, afirmou – cinicamente – que no Exército não existem tais distinções, e que por conseguinte era isso que os policiais encontravam nas comunidades, sendo apenas uma representação de ameaças frequentes recebidas pelo exército no Rio de Janeiro, ou seja, o coronel colocou exatamente o que o exército replica: a atribuição da criminalidade ao negro. Essa é a verdade, a população negra está a jugo de uma corporação fascista que a tem como alvo preferido.
É preciso denunciar de maneira enérgica a ação das Forças Armadas no Rio. Se antes, a situação dos negros no Estado já era de difícil enfrentamento, agora, com os militares no controle de toda a “segurança” do Estado, os negros são os grandes atingidos por ela, as recentes chacinas confirmam esse fato de maneira clara.
Contra a política de terror e massacre da população pobre e negra do Rio é preciso mobilizar para colocar para fora os militares do Rio de Janeiro e derrotar os planos de um golpe militar defendido por setores do comando das FFAA, mobilizando pela libertação de Lula e pela derrota do golpe de Estado.