O golpe de Estado foi dado com a colaboração dos poderes mais antidemocráticos do país, como o Poder Judiciário e o Ministério Público, além, claro, da Polícia Federal.
Antes mesmo do impeachment, fraudulento e ratificado por todos eles, o processo-farsa do Mensalão já dava uma pequena demonstração do que viria a acontecer no país: uma quantidade industrial de processos de perseguição política, sem provas, sem direito ao contraditório e a ampla defesa. O que culminou na prisão do ex-presidente Lula.
Essas instituições golpistas são organismos que, ao longo da história, se responsabilizam pela quantidade gigantesca de presos no Brasil, número que hoje chega a mais de 700 mil detentos, sendo que quase 50% destes são “provisórios”.
As aspas é em razão de que existem presos provisórios que, na verdade, já estão cumprindo sentença, mesmo que ainda estejam aguardando julgamento final de seus recursos. É uma verdadeira inquisição.
Desde um suposto flagrante de um crime até uma sentença, as pessoas responsáveis por este encarceramento em massa são pessoas ligadas ao golpe de Estado que o Brasil sofreu. Nunca tiveram qualquer interesse em provas, em nenhum direito processual ou democrático. Também por isso são pessoas que integram uma verdadeira máquina de repressão ao povo negro, pobre e trabalhador.
Lula foi alvo desta mesma máquina. Ele e outros presos políticos da Lava Jato e de outras operações da Polícia Federal. O ex-presidente está preso por conta de um processo sem provas, como milhares de outros detentos.
Foi vítima da prisão em segunda instância, inconstitucional e autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e que também vai levar milhares de pobres para as masmorras brasileiras, que são as cadeias.
Tanto é assim que, coincidentemente ou não, na madrugada do dia sete para o dia oito de abril, justamente quando Lula era preso, a PM do Rio de Janeiro, em uma ação tipicamente fascista, prendeu mais de 150 pessoas em uma festa na cidade, não sem antes ter assassinado quatro pessoas antes de efetivar as prisões.
É preciso impor uma derrota a esta máquina de repressão, tortura e morte do povo negro. Derrotar um sistema que avança sobre os direitos políticos do povo e, agora, prendeu uma das maiores lideranças populares dos últimos tempos.
No próximo dia 1º de maio, é preciso que todas as organizações dos trabalhadores, do movimento negro, compareçam em massa em Curitiba (PR), sede da masmorra de Sérgio Moro. Transformar a cidade em uma panela de pressão, lutar pela liberdade do ex-presidente; liberdade para todos os presos políticos e o fim imediato da operação-farsa Lava Jato.