A mudança no parecer do relatório da PL 591/21 – que autoriza a privatização dos Correios – pelo relator senador Márcio Bittar (PSL-AC), que incluiu a proibição do fechamento de agências dos Correios em cidades com menos de 15 mil habitantes na Amazônia Legal (mais de 60% do território nacional), após a privatização, por um prazo de 60 meses, levou a suspensão da votação pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)do Senado do projeto de privatização dos Correios no última dia 9 de novembro.
Apressadamente, a maioria dos sindicalistas saíram a comemorar a suspensão, apresentando como causa a “pressão” lobista que eles estão fazendo no Congresso.
Nada mais falso e deseducativo para a categoria, pois o Congresso Nacional golpista nunca deixa de votar nada por pressão de uma dúzia de sindicalistas percorrendo os corredores do Congresso.
Se fosse assim, nenhuma lei contra o povo seria aprovada – reforma da Previdência, trabalhista, privatização da Telebrás, etc. -, já que nos corredores do Congresso é fácil se deparar com diversos sindicalistas e representantes populares tentando reverter votações com a política de fazer lobby junto aos parlamentares.
Se houve suspensão temporária no Senado é porque o governo ainda não chegou a um acordo com as barganhas de parlamentares e os capitalistas que eles representam para que a matéria seja aprovada, essa é a prática corrente no Congresso Nacional e não porque a “pressão” tenha feito com que parlamentares direitistas mudassem de opinião.
Tanto é assim que o governo golpista de Bolsonaro já está se articulando para pautar uma nova audiência para votar o PL no Senado.
A nova data seria dia 23 de novembro, a fim de garantir com que tudo esteja resolvido até 17 de dezembro, quando inicia o recesso parlamentar deste ano.
Os setores classistas da categoria precisam exigir dos sindicalistas um encontro nacional da categoria de forma presencial, com centenas de delegados, que tenha como eixo central a derrota da privatização e para preparar a realização de uma greve combativa, com ocupação das principais unidades dos Correios e em um período de final de ano, que é extremamente favorável para acuar o governo e os capitalistas diante das festas de final de ano.