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Jovem fica dois meses preso apenas por ser negro

Victor Ambergue Rocha Gabriel, de 23 anos, permaneceu dois meses preso no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona leste de São Paulo. O jovem foi preso apenas por ser negro.

Victor, que trabalha como conferente numa transportadora, foi preso em casa no dia 06 de outubro do ano passado por policiais armados de fuzil que o levaram algemado no camburão sem nem mesmo explicar ao rapaz o motivo da prisão. Mesmo tendo argumentado com os policiais que era trabalhador registrado e que tinha como provar sua inocência, o jovem foi levado para delegacia onde, ignorando todas as provas de sua inocência, foi considerado culpado e enviado ao “Cadeião de Pinheiros”.

O jovem foi acusado de roubo e extorsão. Segundo a polícia, o jovem e outro rapaz teriam solicitado o serviço de um taxista por meio de um aplicativo de transporte e, quando o taxista chegou, teriam roubado seu dinheiro e pertences. Ainda segundo a policia, Victor e outro rapaz teriam forçado o taxista a passar em um caixa eletrônico para sacar dinheiro antes de fugirem. No entanto, como era absurdamente claro desde o inicio, tratava-se de uma total arbitrariedade da polícia, pois os únicos indícios do crime teriam sido o reconhecimento da vítima e o celular de Victor.

Os policias rastrearam o celular que foi roubado do taxista e chegaram até Victor, mostraram então sua foto ao taxista que teria reconhecido o jovem como autor do crime.

Apesar dessas supostas “provas”, o processo de prisão de Victor está repleto de irregularidades e provas de cabais de sua inocência. Primeiramente no depoimento, a vitima do crime, que ocorreu no dia 26 de julho do ano passado, afirma que um dos ladrões era branco e o outro pardo, e Victor é negro. Em segundo lugar, Victor trabalha a 18 quilômetros do local do crime e, no momento em que acontecia, estava trabalhando, como confirmado por colegas e até mesmo pela dona da empresa.

Por último, o jovem havia comprado o celular (principal “prova” usada pela polícia para prende-lo) pela internet, e tinha todos os registros da conversa por meio da qual adquiriu o aparelho.

Mesmo com todas estas provas da inocência de Victor, da insistência dos familiares e amigos, a policia resolveu prendê-lo levando em conta apenas o fato de o rapaz ser negro, pobre e morar na periferia de São Paulo. O caso de Victor é exemplar da total arbitrariedade com a qual age a policia no Brasil, que não hesita em jogar pobres negros na prisão mesmo sem ter nenhuma prova, pois assim como Victor existem centenas na mesma condição nas prisões de todo o Brasil.

Victor ficou preso durante 60 dias numa cela com outros 25 detentos, mas que tinha capacidade para abrigar apenas 8. O jovem passou fome e contraiu diversas doenças de pele na penitenciária, chegando ao ponto de pensar no suicídio, como relata em carta enviada para a mãe. Quando saiu do presídio, o jovem nem mesmo foi reconhecido pelo próprio filho, tamanha a situação de degradação física do jovem.

Não apenas fica claro que polícia cometeu uma monstruosidade contra Victor, como também deixa a mostra o real papel da polícia: reprimir ao máximo pobres, negros e toda a população residente da periferia.

No mesmo sentido o caso de Victor também demonstra a brutal violência das prisões no Brasil, que servem como depósitos de gente, verdadeiras sucursais do inferno, onde as pessoas passam fome, ficam expostas a todo tipo de doenças e sofrem uma série indescritível de violências. Essa situação coloca em primeiro plano a luta popular contra policia e contra o sistema penitenciário, pois no Brasil todos os presos são presos políticos, na medida em que a policia prende as pessoas a serviço da política fascista da burguesia.

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