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Cinco motivos para ocupar Porto Alegre em defesa de Lula

1. O processo é uma farsa e Lula é um perseguido político

Assim como praticamente a totalidade da operação Lava Jato, o processo contra Lula é uma farsa jurídica. Setores da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário entraram em franco conluio com forças norte-americanas de modo a fazer de uma suposta cruzada “contra a corrupção” uma ação sistemática de perseguição política, de criminalização de lideranças de esquerda, de quebra de empresas nacionais.

São conhecidos os prejuízos causados à Petrobrás e ao setor da construção civil pesada após o início da Lava Jato. A pretexto de recuperar 2,5 bilhões de reais, causou-se um prejuízo da ordem de 100 bilhões de reais às empresas implicadas no processo. Tudo isso para abrir mercado para petroleiras e empreiteiras estrangeiras, como a Chevron, representada por José Serra (PSDB-SP), ou a Shell, representada por Michel Temer (PMDB-SP).

No campo político, como é sabido, os alvos principais são os partidos de esquerda – sobretudo o PT – e seus aliados de centro. Desde o vazamento intencional de uma conversa pessoal entre Dilma e Lula de modo a impedir sua nomeação como ministro, passando uma condução coercitiva injustificada em São Paulo, até o célebre Powerpoint do procurador Deltan Dalagnol – com diversas setas apontando para Lula – até sua acusação “sem provas cabais”, mas “com convicção” do Ministério Público Federal: o objetivo claro sempre foi o encarceramento do ex-presidente, a maior liderança popular do país. Foi a ação articulada entre operações como a lava-jato e a imprensa golpista que mobilizou os direitistas, criando a ilusão de apoio popular ao golpe de estado hoje em curso no Brasil.

Não há que se clamar por inocência, portanto. Inocência se alega em julgamentos justos, e esse processo em seu conjunto é ilegítimo.

Como se tem podido verificar desde a movimentação política da direita que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, a cada arbítrio das autoridades nas altas esferas, correspondem diversos outros em instâncias inferiores. Assim, por exemplo, ao ver direitistas como João Dória (PSDB-SP) ascenderem ao poder, diversos grupos fascistas sentiram-se à vontade para promover ataques a grupos de esquerda e até mesmo a exposições de arte.

No mundo jurídico e político não é diferente. Com a condenação da maior liderança popular do país, abrem-se as portas para a perseguição indistinta de sindicalistas, ativistas, jornalistas, lideranças e movimentos populares em geral.

3. Esquerda já é alvo se Lula for preso

Os ataques à esquerda na verdade já começaram com a prisão de presidentes de sindicatos e lideranças políticas. Desde a prisão dos petistas José Dirceu, José Genoíno, João Vaccari Neto, Delúbio Soares, passando por ataques às sedes dos PT e da CUT até o processo movido pela direita contra Rui Costa Pimenta (PCO), por haver chamado a população à mobilização contra a prisão de Lula em maio de 2017.

Se Lula for condenado e preso, esse regime de exceção tende a aprofundar-se.

4. Quem está tentando prender Lula é a Globo, PSDB e a FIESP, os mesmos que deram o golpe

Desde o escândalo do mensalão, em 2005, a burguesia nacional, seus partidos (PSDB, DEM etc.) e a imprensa golpista (Globo, Estadão, Folha etc.) usaram a bandeira da “luta contra a corrupção” para manter o governo de conciliação do PT na linha. A cada pressão dos movimentos sociais junto ao PT por verdadeiras reformas, estourava um suposto “escândalo” destinado a pressionar o governo em contrário.

Com o desgaste da imagem pessoal de Dilma e uma ampla campanha da direita de criminalização da esquerda, em 2014 o PSDB parecia ter garantida a vitória de Aécio Neves (MG) à presidência da república. Derrotado, o candidato tucano foi tomado de verdadeiro lacerdismo, entrando em todas as instâncias jurídicas possíveis pedindo a anulação das eleições de 2014. Quanto a uma possível candidatura de Lula, a atitude da burguesia brasileira é a mesma que, incorporada em Carlos Lacerda, tivera contra Getúlio Vargas em 1954: “Não pode ser candidato. Se for,não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”.

Por isso, o foco do ataque ao PT sempre foi o assédio a Lula, com calúnias, constrangimentos e um constante assédio que resultou inclusive na morte de sua esposa, Marisa Letícia, vitimada por um Acidente Vascular Cerebral decorrente do permanente estresse em que vivia. O objetivo imediato é condenar Lula e torná-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa. O objetivo de longo prazo é prender Lula para impedir sua ação política.

5. Se a condenação de Lula fracassa, o golpe entra em crise terminal

Todo o processo contra Lula é portanto tão descaradamente político e carente de base jurídica que tem-se à frente uma sentença anunciada, parte necessária e vital do golpe. Não foi à toa o açodamento em sua tramitação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre: era preciso dar a sentença em segunda instância ainda em janeiro, quando os trabalhadores estão desmobilizados e têm sua capacidade de pressão nas ruas reduzida.

Este é um movimento essencial ao golpe, não apenas por potencialmente varrer do cenário político uma liderança do calibre de Lula, mas também para buscar esmagar os movimentos de resistência. Na via inversa, um movimento massivo como o que agora se organiza colocará em xeque o avanço do golpe, caso consiga barrar nas ruas a tentativa de condenação de Lula. Se os golpistas retrocederem nesse ponto, a mobilização popular tende a pegar impulso suficiente para forçar a anulação do impeachment e todos os atos do governo golpista contra a população e o patrimônio nacional.

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