O Congresso voltou do recesso e já se prepara para novos ataques contra a população brasileira. Depois de votar a chamada “reforma” da Previdência no mês passado em primeiro turno, agora os deputados deverão votar a proposta em segundo turno. A expectativa do governo, segundo o ministro da Casa Civil, é que a votação seja encerrada ainda hoje (7).
Quando o texto-base foi aprovado em primeiro turno antes do recesso, o governo teve 379 votos a favor da proposta, contra 131 votos contrários. Uma vitória esmagadora da direita dentro do Parlamento, que deveria ter enterrado de vez as pretensões da esquerda de fazer uma oposição meramente parlamentar à direita. Uma demonstração de que não será possível refrear minimamente os ataques de Bolsonaro contra o povo sem mobilização nas ruas.
Mesmo entre os partidos da chamada oposição houve votos a favor de assaltar os futuros velhinhos que dependerão de aposentadoria para sobreviver, obrigando-os a trabalhar por mais tempo para receber menos no final. Foi o caso dos rachas nas bancadas do PSB e do PDT, incluindo o voto a favor da reforma de Tábata Amaral, do PDT, que a imprensa burguesa procurou promover como uma representante de uma “nova esquerda”.
Para derrotar os ataques do governo golpista aos trabalhadores será necessário mais do que uma política de oposição parlamentar e eleitoral. Será preciso que haja mobilização popular nas ruas. Com mobilizações de massa, como as do próximo dia 13, e como foram as mobilizações em maio e a greve geral em junho. Além disso, é preciso haver mais greves, rumo a uma greve geral com tempo indeterminado.
Outro ponto importante é que as manifestações não se concentrem em pautas específicas de rejeição às medidas implementadas por Bolsonaro. Por exemplo, protestos que sejam só contra a “reforma” da Previdência, ao mesmo tempo em que são canalizados para servirem de mero instrumento de pressão parlamentar. Assim que os deputados aprovarem de vez a reforma, isso aparecerá para os trabalhadores como uma derrota das ruas. E as pautas dispersas tendem a ser uma coleção dessas derrotas se essa política continuar.
É preciso uma reivindicação que ataque o governo como um todo, servindo de oposição a todas as políticas e à sua própria continuidade. Por isso e o momento de levantar o Fora Bolsonaro, para enfrentar o governo e para efetivamente levar o regime a ficar em xeque confrontado pelas grandes mobilizações e pelos trabalhadores organizados.