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Na segunda, 18, todos ao Ato

Não ao golpe do rebaixamento da pauta: ampliar a greve na CSN

Entre os metalúrgicos e em todas as categorias, é preciso cercar de solidariedade a greve da CSN, que aponta uma perspectiva decisiva para a luta dos trabalhadores

Na última quinta-feira (dia 14), representantes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) se reuniram com integrantes da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, em uma primeira reunião para discutir o acordo coletivo 2022/2023 e o pagamento da chamada “participação nos resultados” (PPR).

A reunião ocorre em meio à greve da categoria, que a própria direção sindical, procura desqualificar como tal, por que a mesma é o resultado de uma mobilização espontânea dos metalúrgicos da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, que se integraram à mobilização iniciada pelos trabalhadores da CSN Mineração, de Congonhas (MG), há cerca de suas semanas. A mobilização também ganhou a adesão dos trabalhadores do terminal de carvão da mesma empresa, em Itaguaí (RJ).

É preciso destacar, em primeiro lugar, que a direção da CSN nãos se recusou a receber a comissão de trabalhadores eleita em assembleia para representá-los na negociação, como tratou de demití-los, mostrando o caráter reacionário ditatorial dos tubarões que tomaram cont da empresa desde a sua privatização na década de 90 passada e que, cinicamente, nos comunicados internos dirigidos aos seus escravos os chamam de “colaboradores”.

Ao invés de receber os representantes eleitos por milhares de trabalhadores, os ditadores da CSN receberam apenas os sindicalistas pelos do Sindicato, ligada à Força Sindical, que foram ultrapassados e repudiados pela mobilização operária. A preferência da direção da CSN pelos seus sindicalistas de estimação se deve ao fato de que nos últimos anos esses traidores dos trabalhadores aprovaram por meio de fraudes e manipulações todos as propostas apresentadas pela empresa e nunca organizaram qualquer luta contra o regime de escravidão que se impôs na empresa que, nas última décadas,, demitiu 2/3 dos quase 30 mil funcionários que tinha antes da privatização e rebaixou os salários dos operários aos mais baixos níveis de toda a histórica da empresa criada na década de 40 passada.

A falta de um acordo imediatos entre o Sindicato e a direção da CSN, mostra o receio que ambos – patrões e plenos – têm da mobilização; de apresentar um acordo em torno de uma proposta que nada tenha a ver com as reivindicações dos operários, em um momento de enorme radicalização na categoria. Eles tentam “esfriar os ânimos”, usando o feriado e as demissões para pressionar os trabalhadores e, nesse sentido, marcaram uma nova reunião para a próxima terça-feira, dia 19.

Com a “cara-de-pau” peculiar dos patrões, a direção da CSN assinalou em nota que:

“Reforçamos que as negociações seguem acontecendo dentro do prazo do acordo coletivo e é muito importante que todos respeitem a legislação, o código de ética da empresa, e mantenham sua rotina normal de trabalho”,  acrescentado, “manteremos os colaboradores informados”.

Por sua vez a diretoria pelega do Sindicato, também publicou nota afirmando procurando valorizar o “teatro da negociação” e, sem nada esclarecer o que “negociava”, afirmou que:

 “Após uma exaustiva e dura reunião com a direção da CSN, em que fomos firmes nas nossas reinvindicações, não conseguimos chegar a um acordo. Foram horas e horas de reunião, em que debatemos item a item da proposta, com momentos tensos e pedidos de interrupção por ambos os lados”.

Profundamente e devidamente desconfiados dos sindicalistas, os trabalhadores que se mobilizam na CSN convocaram ato de apoio à greve para a tarde de segunda (dia 18/4) e nova assembléia geral da categoria para o final da tarde de terça (dia 19/4).

A mobilização dos operários de uma das maiores siderúrgicas do País, constitui-se no centro da luta dos trabalhadores, neste momento, com importantes lições não só para os envolvidos diretamente, mas também para o conjunto dos trabalhadores.

Retomando uma tradição de lutas

A mobilização na CSN, principalmente na “Cidade do Aço”, Volta Redonda, onde a CSN tem mais de 9 mil empregados, é a primeira depois décadas de retrocesso desse setor que já foi um dos mais destacados na luta da classe operária brasileira. Além do refluxo geral diante da crise capitalista (diante da qual a maioria da burocracia adotou uma posição de capitulação e até de colaboração com a burguesia) e de golpe de Estado que expropriou violentamente os trabalhadores (com “reformas”, recorde de desemprego, rebaixamento salarial sem paralelos etc.) os metalúrgicos da CSN são vítima do controle ilegal de seu sindicato por capachos da empresa e da burguesia em geral, pelegos vinculados à Força SIndical.

Mesmo com lucros bilionários, como o do ano passado,  em plena pandemia, que chegou a  R$13,6 bilhões (217% maior que no ano anterior) – quase três vezes maior que o valor pelo qual os tubarões receberam a CSN de presente, menos de  R$5 bilhões, em valores atuais -, a direção da CSN não para de massacrar os trabalhadores, com apoio dos sindicalistas. Depois de demitir mais de 60% dos funcionários da empresa, milhares foram substituídos por terceirizados, com enormes perdas, e os salários chegaram aos níveis mais baixos de todos os tempos, sendo um dos menores do setor em todo o País.

 

Superar as vacilações

Por falta de experiência e como parte da orientação de setores oportunistas do movimento operário, como a Conlutas (PSTU/PSOL)e a CTB (PCdoB) – e diante da falta de uma iniciativa dos setores ligados à direção da CUT – os trabalhadores foram (ao menos parcialmente) convencidos de que sequer deviam se declaram em greve, por conta de aspectos burocráticos (falta de apoio legal do sindicato), como se isso fosse impedir a ação repressiva da direção da CSN.

Só a corrente Luta Metalúrgica (PCO e simpatizantes), se opôs – desde o primeiro momento à essa política e procurou apontar – e continua a fazê-lo – a necessidade de parar tudo e colocar todo o poder de decisão nas mãos dos trabalhadores, das assembleias e das Comissões por eles eleitas.

A atual mobilização traz o combativo operariado da CSN de volta à cena política nacional, no momento em que o roubo da classe trabalhadora atinge níveis intoleráveis diante da disparada da inflação e frente à gigantesca revolta popular contra o governo Bolsonaro e todo o regime golpista erguido com a derrubada da presidenta Dilma, a prisão de Lula etc.

Os miseráveis acordos salariais assinados pela Força Sindical, agravaram a situação e só nos últimos dois anos as perdas salariais foram estimadas em cerca de 25%.  Os trabalhadores têm como reivindicações centrais 30% de reposição, R$10 mil de PPR (participação nos resultados da empresa) e a volta do plano de saúde pago pela empresa.

Milhares de trabalhadores já rejeitaram (como 93%, de uma assembleia com mais de 6 mil trabalhadores, no dia 8 passado) a proposta miserável dos tubarões da empresa: 8,1% de reajuste, que não repõe nem mesmo a inflação do ano passado.

Diante da derrota na assembleia, que os pelegos não conseguiram fraudar, a direção da CSN, ao invés de abrir uma negociação de verdade e atender as reivindicações, resolveu demitir lideranças do movimento e outros  trabalhadores. Já foram anunciadas mais de 100 demissões.

 

Parar tudo!

Diante das demissões, além das reivindicações da pauta econômica, é necessário exigir que todos os demitidos sejam reintegrados.

Se a direção da CSN radicalizou, é preciso que os trabalhadores respondam com a mesma moeda e  intensifiquem a mobilização.

É preciso reforçar a organização independente, garantir os comandos de greve em cada setor, realizar assembleias com a participação dos trabalhadores (demitidas) e exigir o atendimento de todas as reivindicações.

Esta na hora de exigir que o Sindicato a convocação de uma assembleia de todos os metalúrgicos da região, para unir em uma luta comum toda a peãozada pela reposição das perdas salariais e demais reivindicações.

Entre os operários metalúrgicos e em todas as categorias, é preciso cercar de solidariedade a greve da CSN, que aponta uma perspectiva decisiva para a luta dos trabalhadores: superar as direções pelegas e burocráticas e ir para cima dos patrões para defender os salários e o emprego dos trabalhadores.

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