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Lula ladrão

O papel de Ciro Gomes é entregar a soberania do Brasil

Candidato mostra-se um elemento infiltrado na esquerda

Durante entrevista ao programa Roda Viva, o abutre Ciro Gomes buscou se apresentar como a melhor salvação para as eleições de 2022. Segundo ele, o ex-presidente Lula está pautando sua campanha na expectativa de que todo trabalhador terá “picanha e cerveja”, o que, segundo ele, constituiria no “maior estelionato eleitoral do planeta” caso Lula se elegesse presidente.

O pedetista de alma tucana afirmou, depois de inúmeros ataques ao candidato do PT, que os dois que estão no topo nas pesquisas são “corruptores”, apresentando-se como a única opção para “salvar” o país. Ciro também comentou que a elite só não está vendo isso por terem naturalizado a corrupção, dando a entender não só o que já afirmou diversas vezes sobre Lula ser corrupto, mas também que a burguesia estaria com ele – o que é uma falácia.

Por último, o abutre prometeu “acabar com essa molecagem” e implantar um programa de renda mínima em seu governo, agindo como um verdadeiro caçador de carniça e usurpando a campanha que ficou famosa por causa do petista Eduardo Suplicy.

Nos campos de futebol, existe um drible cunhado por Robinho de “vai pra lá, que eu vou pra cá” que consiste em, basicamente, enganar o adversário ao olhar para um lado e cortar com a bola para o outro; movimento parecido com o que Ciro Gomes faz na política. Após convencer seus eleitores e parcela da população de que estaria à esquerda, apoiaria o desenvolvimento nacional e agiria como uma oposição à direita e ao bolsonarismo – todas falácias -, o candidato revelou suas garras ao atacar Lula, sem parar, na intenção de retirar a maior quantidade possível de votos da candidatura do ex-presidente.

Como comentaram os companheiros do programa Reunião de Pauta, transmitido diariamente na COTV, o Ciro não é mais apenas um mero abutre da esquerda, pois começou a agir cada vez mais como o direitista que sempre foi, assemelhando-se mais a uma hiena da direita.

Apesar da burguesia ter demonstrado preferência pela candidatura da Simone Tebet, o cearense que destruiu a Gurgel em seu governo do estado ainda busca alcançar seu lugar à luz do Sol da terceira via, focando seus ataques exclusivamente ao Lula e deixando passar impune a assassina de indígenas.

Diferente do que seria se Lula fosse eleito, uma possível consagração de Simone Tebet como a nova presidente da república, sim, seria um dos maiores estelionatos eleitorais do planeta. Talvez não o maior, já que 2018 entraria forte na disputa, mas de fato um dos maiores.

Estelionato eleitoral foi o candidato mais popular do país, com apoio da maior parte da classe trabalhadora, ter sido impedido de participar do processo eleitoral. Estelionato eleitoral foi o que a burguesia fez ao derrubar a presidente Dilma Roussef, pisando em milhões de votos da classe trabalhadora. Estelionato eleitoral é a interferência imperialista nas eleições e na soberania nacional promovidas pela burguesia local, que clama por recursos e por cada vez mais intervenção dos engravatados em seus escritórios de sangue em Washington.

Os Estados Unidos da América agem como um polvo sanguessuga, cujos tentáculos se espalham pelos países atrasados para que todos os seus recursos possam ser retirados em prol da sua dominação. O papel de Ciro Gomes é fundamental ao imperialismo, pois a sede dos estadunidenses pelos recursos brasileiros encontra na sede de poder do coroné um forte aliado. Visando o poder, Ciro não se incomoda ser o capacho que os norte-americanos querem que ele seja – mesmo que, no fim, possa ser abandonado, caso realmente se confirme a preferência da burguesia pela defensora das mulheres – menos as pobres, indígenas, trabalhadoras e presidentas da República (já que Simone Tebet votou a favor do golpe contra a única que foi eleita).

Em toda oportunidade pública que teve, Ciro agiu como no Roda Viva e focou seus ataques em Lula, na tentativa de fazer com que os votos saiam do ex-presidente e rumem para a direita. Após sua participação no Flow Podcast, por exemplo, um internauta fez um vídeo compilado do candidato pedetista de todas às vezes que ele falou a palavra “Lula”, resultando em um vídeo de aproximadamente um minuto e meio de duração. Em outros podcasts ou aparições na TV, ele sempre direciona ao ex-presidente às características de ladrão, corrupto, narcisista, aliado da burguesia e o que mais vier à cabeça no momento.

O Ciro que afirmava, durante o golpe de estado, que receberia a turma do Sérgio Moro à bala, possui um discurso atualmente tão lavajatista quanto o juiz que encabeçou a operação.

O golpe está armado quando o candidato que busca ser o nome da terceira via não critica a Simone Tebet e, de forma muito sucinta, se dirige ao Bolsonaro. Se suas intenções fossem única e exclusivamente de sentar na cadeira presidencial, Ciro Gomes deveria, estrategicamente falando, direcionar seus ataques ao capitão fascista e à assassina de indígenas. Ao focar na Tebet, ele eliminaria sua concorrente direta ao posto de capacho burguês, ao mesmo tempo que ele está mais perto de Bolsonaro, segundo as pesquisas, que de Lula.

O ataque ao Lula só se faz estratégico caso o que ele busque não seja necessariamente a atenção do eleitor para si, mas, sim, a retirada de votos do único candidato capaz de unir a classe trabalhadora.

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